A fotógrafa britânica Jane Bown, que fez retratos emblemáticos em preto e branco de Samuel Beckett, John Lennon e da rainha Elizabeth II, entre muitos outros, morreu neste domingo (21), aos 89 anos. A informação é do jornal inglês The Observer, no qual Bown trabalhava desde 1949, sempre em película de 35 mm e com simplicidade e técnica que desconcertavam os especialistas. “As suas fotografias fazem parte da nossa paisagem cultural”, afirmou seu editor-chefe, John Mulholland.
Quase todas as imagens eram captadas entre 10 e 15 minutos, enquanto um repórter fazia uma entrevista para o jornal. Sempre discreta, ela, por vezes, aparecia com apenas uma sacola de compras, na qual a sua câmera, muitas vezes, competia por espaço com os alimentos para o jantar daquela noite.
Seu primeiro trabalho para The Observer era registrar o filósofo Bertrand Russell, no café da manhã, em 1949, uma tarefa que a deixou aterrorizada.
Entre as suas imagens mais famosas estão a do escritor francês Jean Cocteau, do ator e diretor americano Orson Welles, dos Beatles, de Mick Jagger e os Rolling Stones, de Björk e da rainha Elizabeth II, por ocasião do seu 80.º aniversário.
Mas a sua fotografia mais famosa e reproduzida é a do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, mostrando seu rosto como um deserto rachado de linhas salientes, que foi feita depois de ele se ter recusado a vê-la.
Sem nunca ter usado flash ou medidor de exposição, Jane Bown tinha por lema “os fotógrafos não devem ser vistos ou ouvidos”.