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Lisboa ganha museu de arte, arquitetura e tecnologia à beira do Tejo

O MAAT deve representar para a capital portuguesa o que a Tate Modern representa para Londres

Por Sheila Leirner
Atualização:

LISBOA – O primeiro passo para “por Lisboa no mapa da arte contemporânea” foi dado: a Fundação EDP (Energias de Portugal) acaba de inaugurar o MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia em Lisboa, no bairro de Belém, junto à antiga central elétrica que agora também faz parte do complexo. Com a forma de uma duna sobre o rio Tejo, o imponente edifício lembra o seu análogo do Norte, a Tate Modern, inaugurada em Londres há 16 anos.  Neste momento, assim como no “Turbine Hall”, espaço gigante da Tate, está o projeto site-specific Anywhen de Philippe Parreno, na imensa galeria oval do MAAT encontra-se a instalação sonora e escultórica Pynchon Park (até 20 de março de 2017) da artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster. Esta obra simboliza justamente a interação entre arte, arquitetura e tecnologia, fundamento do próprio museu. Dominique, que vive entre Rio e Paris, teve a oportunidade de apresentar o seu trabalho aos brasileiros em junho do ano passado, quando a sua mostra Temporama foi exibida no MAM do Rio de Janeiro.

Ao contrário do museu britânico, todavia, a central portuguesa, que já servia como plataforma para exposições de arte contemporânea e agora está oficialmente associada ao MAAT, guardou os motores e máquinas que continuam a ocupar todo o espaço principal de cerca de 2.000 metros quadrados. Também o novo edifício é mais discreto que a Tate. Ele funde-se na paisagem da parte histórica em que está. A arquiteta inglesa Amanda Levete teve o cuidado de projetar uma estrutura orgânica e fluida, de formas brancas e sinuosas sobre as quais podemos até mesmo caminhar. É um lugar a ser descoberto e que, pela maneira como se inclui na paisagem, oferece aos olhos novas perspectivas ambientais. 

No interior, são quatro grandes espaços para exposições temporárias. Nesta espécie de nave, mistura de duna natural com cenografia espacial, a arquiteta desenhou uma longa rampa, uma sala oval aberta de quase 1.000 metros quadrados e outras mais restritas que serão dedicadas às instalações de vídeo. Haverá performances e trabalhos de artistas e músicos. Em março do próximo ano inaugura-se a esperada coletiva Utopia/Distopia II, assim como projetos arquitetônicos do Archigram, Yona Friedman e Rem Koolhaas, em conjunto com artistas como Cyprien Gaillard e Hito Steyerl. “O MAAT será um lugar de descoberta, pensamento crítico e diálogo global”, afirmou o seu diretor, o arquiteto Pedro Gadanho. O museu, segundo ele, “deverá apoiar-se em seu patrimônio industrial, sua coleção de arte portuguesa que não para de crescer, e a vontade de inovar.” 

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