Konitz, o homem que não copiou Charlie Parker

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Por Redação
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Em dez dias, o saxofonista Lee Konitz celebrará seus 80 anos de idade. Nesse período, esse norte-americano de Chicago registra uma contribuição notável para a história do jazz: gravou Birth of the Cool (1950), com Miles Davis; gravou Motion (1961), com Elvin Jones e Sonny Dallas; excursionou nos anos 1960 com a orquestra de Stan Kenton; e tocou e gravou com Gerry Mulligan, Dave Brubeck, Charles Mingus, Ornette Coleman, entre muitos outros. Na noite passada, pela terceira vez em São Paulo (veio antes, para o Free Jazz de 1997 e para shows no Chivas Jazz Festival, em 2003, e também gravou no Rio, nos anos 1980), Lee Konitz parece ter escrito mais uma página de sua longa folha-corrida: no show do gaitista belga Toots Thielemans, que conhece há 54 anos, foi convidado e subiu ao palco para uma jam session que, quem viu, diz que foi arrepiante. Hoje e amanhã, ele é a a estrela da série Clássicos Personnalité, no Espaço Promon (no sábado, estará na sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro). Seu primeiro disco-solo só foi gravado em 1974, aos 47 anos. Lone-Lee (Steeplechase) foi descrito como ''''abstrato'''' e ''''sem paixão'''' pela crítica. O futuro veio mostrar que Konitz apenas desenhava um novo estilo no saxofone, mais cadenciado e próximo da técnica pianística, mais cool e menos derivativo do bebop. Ele credita sua maior influência ao pianista Lennie Tristano. Charlie Parker, o mais influente sax do jazz, costumava dizer a Konitz quanto ele apreciava que Konitz não tocasse da mesma forma que ele. Serviço Clássicos Personnalité. Espaço Promon. Avenida Juscelino Kubitscheck, 1.830, 5213-4111. Hoje e amanhã, 21 h. R$ 120

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