Jorge Drexler deste lado do rio e do sucesso

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

O cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler acredita que um show é um "ser vivo, único e efêmero". É em seus últimos momentos que a turnê Cara B chega ao Bourbon Street, em São Paulo, hoje, depois de passar por 16 países nos últimos 18 meses. Cheio de clássicos da música delicada de Drexler - sucesso nos países de língua espanhola, mas mais conhecido no Brasil depois que ele ganhou o Oscar por Al Otro Lado Del Río, da trilha do filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles, em 2005 -, o show passou pelo Rio no domingo, e lotou o Canecão. "Eu tenho muitos discos gravados aqui. Então vocês podem imaginar como é para um uruguaio cantar no Canecão", disse o simpático ?cantautor?, que abriu a noite com os versos de Un País con El Nombre de un Rio, que o apresentam: "Vengo de un prado vacío/ un país con el nombre de un río/ un éden olvidado/ un campo al costado del mar." A plateia cantou junto, assim como acompanhou Polvo de Estrellas, La Vida Es Más Compleja de lo Que Parece, Guitarra y Vos, Deseo, Todo se Transforma, Milonga del Moro Judio. São canções que estão em Cara B, álbum duplo que reuniu, num CD, seus hits, e, no outro, canções suas menos conhecidas e de outros (como Dom de Iludir, de Caetano Veloso, que está de fora do show do Rio). Parte da noite foi dedicada aos pedidos do público, todos prontamente atendidos: Sea, Soledad, Salvapantallas. Entre os fãs havia também artistas brasileiros. Milton Nascimento, Zélia Duncan, Luiza Possi, Marcos Suzano, Celso Fonseca, Paulinho Moska. Os dois últimos, seus amigos há anos, foram chamados ao palco. Moska cantou La Edad del Cielo (A Idade do Céu, sua, em português gravada por Zélia). Celso entrou no bis, com Don de Fluir. "Somos amigos há sete anos e hoje sempre que vou compor eu penso: o que Drexler acharia disso?", disse. "Chega a ser um descaramento chegar aqui e fazer uma espécie de bossa nova no Rio, e com o Celso Fonseca", brincou Drexler. Ele parecia mesmo muito contente de voltar ao Rio, onde não se apresentava havia três anos, e começou o show sozinho, mas estava (bem) acompanhado. Viajam com ele os engenheiros de som e músicos Matias Cella (argentino) e Campi (espanhol), que, além de captar ruídos nas cidades por onde passam e também da plateia e inseri-los nas e entre as músicas, também fazem performances. Campi, por exemplo, "tocou" uma serra com um arco de violino em Toito Cai lo Trago Andao (Javier Ruibal), esta mais uma versão. Também foram aproveitados os sons de uma feira livre na Cidade do México. Depois de São Paulo, Drexler segue para Florianópolis (Teatro Pedro Ivo, amanhã) e, finalmente, chega a Porto Alegre (Bourbon Country, domingo). Em seguida, volta para casa, na Espanha, e continua compondo para o próximo CD, que pretende lançar em fevereiro. Serviço Jorge Drexler. Bourbon Street (400 lug.). Rua dos Chanés, 127, Moema, 5095-6100. Hoje, 22h30. R$ 95

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