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Diana Krall, a diva loura em fase bem Brasil

Após passar pelo Rio, a canadense canta em São Paulo standards e bossa nova

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O público que vai hoje ao HSBC Brasil encontrará uma Diana Krall menos canadense e cada vez mais brasileira. No Rio, onde fez três apresentações na semana passada (uma das quais para seu novo DVD, Live in Rio), a cantora passeou pela praia, interagiu com cariocas e arriscou-se mais no português, além do "obrigada" de sempre - cantou Este Seu Olhar (Tom Jobim) na nossa língua, com sotaque forte, mas muita graça também. "Ainda não estou usando biquíni fio dental, mas quem sabe um dia eu chego lá", brincou, em entrevista ao Estado dias antes dos shows. Ela ficou uma semana em solo carioca, e chega a São Paulo depois de passar por Curitiba (o show foi segunda-feira, no Teatro Positivo). "Tenho ainda a reserva de uma canadense", emendou. No Rio, foram muitos ensaios, tomadas em pontos turísticos (para o DVD) e entrevistas. Pela primeira vez, Diana, que está em sua quinta visita ao País, teve tempo de aproveitar um pouquinho a cidade: sujou os pés nas areias de Ipanema, onde se hospedou (no luxuoso Fasano), tomou água de coco, conheceu o Jardim Botânico e a árvore de Tom Jobim. Tom está muito presente no show e no DVD, que fazem uma homenagem aos 50 anos da bossa nova. Dele, entraram no repertório The Girl From Ipanema (adaptada para The Boy From Ipanema) e Quiet Nights (Corcovado), além de Este Seu Olhar. Durante a gravação do DVD, no Vivo Rio, no sábado, ela deixou clara sua imensa admiração pelo maior compositor brasileiro: "Tom Jobim é um mestre como Cole Porter." A cantora de jazz, grande vendedora de discos, conhece a bossa desde adolescente, influenciada pelo pai, pianista (a mãe cantava numa igreja). O show é uma mostra do que estará no próximo CD, previsto para abril de 2009. "Depois que acabei o disco, percebi que era principalmente de bossa nova. Decidimos fazer o DVD aqui porque faz sentido cantar as canções de Jobim no Rio", contou na entrevista, mostrando-se orgulhosa por fazer parte das comemorações do cinqüentenário da bossa nova. O set list do show tem ainda So Nice (Samba de Verão), Too Marvelous, I Don?t Know Enough About You, Let?s Fall in Love, Cheek to Cheek, Let?s Face the Music and Dance, Walk on By, Everytime We Say Goodbye e ?S Wonderful. Os arranjos são de Claus Ogerman, amigo de Diana e que trabalhou em discos de Tom, João Gilberto e João Donato, entre muitos outros. A platéia vibrou com as canções bossa-novistas (Diana cantando em inglês, os espectadores, em português), em especial com a interpretação de Este Seu Olhar - a cantora diz que aprendeu a reproduzir sua letra de tanto ouvir a versão de João Gilberto, a quem adora. "Alguém sabe onde ele está?", perguntou, com sua voz sussurrante, ultra-sexy. A diva loura (os fios estão cada vez mais claros) é apaixonada pelo público brasileiro ("ele se torna uma parte de você ao cantar junto") - e é correspondida. Sente-se feliz no Brasil, mas morre de saudade de casa. Dessa vez, veio sem o marido, o músico Elvis Costello, e os filhos gêmeos, que fazem 2 anos em dezembro. "Foi difícil deixá-los, mas é muito bom estar aqui." Live in Rio é o terceiro DVD ao vivo de Diana, que já gravou também em Paris e em Montreal. Ela está de volta depois de um ano, quando cantou no Rio e em São Paulo. Nessa nova visita, reviu Carlos Lyra, com quem se encontrara no camarim em 2007 - dessa vez, cantaram juntos no terraço do Fasano. No show, ela é acompanhada por sua banda, de canadenses e norte-americanos (com participação do percussionista Paulinho da Costa); com eles também se apresenta uma orquestra brasileiríssima com 36 músicos, regida pelo maestro Ruriá Duprat. Em São Paulo, haverá um pocket show de Toquinho. Serviço Diana Krall. HSBC Brasil (1.800 lug.). R. Bragança Paulista, 1.281, 4003-1212. Hoje, 21h30. R$ 70/R$ 400

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