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Crise leva ArtRio a focar arte brasileira

Com obras de R$ 1 mil a R$ 2 milhões, sexta edição da feira do Rio se adapta à recessão e ao dólar alto

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Nascida em 2011, a ArtRio, feira de arte do Rio abrigada pelos armazéns do Pier Mauá, na hoje revitalizada zona portuária, viveu seu auge entre 2012 e 2013. Foi quando experimentou um recorde de galerias estrangeiras, entre elas as gigantes Gagosian (norte-americana) e White Cube (britânica), e alcançou vendas da ordem de R$ 150 milhões. Em 2015, a crise econômica trouxe consigo a necessidade de reinvenção.

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Os números da sexta edição da ArtRio, que vai desta quarta, 28 (abertura para convidados) a domingo, 2, são enxutos: serão 59 galerias brasileiras e 14 estrangeiras, de países como Alemanha, EUA e França. Em 2015, eram 55 e 25, respectivamente; há três anos, 61 e 45. Os ingressos custam R$ 30. O horário de funcionamento é das 13 h às 20 h até sábado; domingo, fecha às 19h.

“A gente entendeu o tamanho do nosso mercado e está privilegiando as brasileiras. Para as estrangeiras, é um investimento muito alto estar aqui. Elas vêm para florear; o nosso objetivo é fortalecer o mercado nacional. Desde 2014, estamos nos readequando”, disse Brenda Valansi, sócia da ArtRio.

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Nesse esforço, foram convidados para a feira 40 curadores (de instituições como a Tate Modern, de Londres, e o Guggenheim, de NY), colecionadores e os chamados art advisers, especialistas que orientam colecionadores na hora de comprar. A expectativa é que as vendas dos artistas cotados em real seja consistente.

Presente desde a primeira edição, a galerista Mercedes Viegas, do Rio, aposta em artistas jovens, com obras a preços acessíveis, como Duda Moraes, Elvis Almeida, Luis D’Orey e Cristina Lapo, além de nomes em ascensão, como Gustavo Speridião. “Sempre fui muito bem na ArtRio, melhor do que na SP-Arte. Ano passado, tive lucro mesmo com a crise”, conta Mercedes. “Torço para que o Rio surpreenda, como fez na Olimpíada. Não se sabe exatamente qual o tamanho da crise”, explicou a galerista Raquel Arnaud, de SP, que trouxe obras de Waltercio Caldas, Iole de Freitas, Elizabeth Jobim e Sérgio Camargo, entre outros.

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