O espetáculo S'Imbora, o Musical - A História de Wilson Simonal' finalmente chegará a São Paulo. Estreia dia 11 de junho, no Teatro Cetip, que fica no Instituto Tomie Ohtake, ou mais precisamente, Ohtake Cultural. Os ingressos já estarão à venda a partir do dia 20.
Recomendo plenamente, pois o espetáculo consegue fugir da linha rasa de musicais biográficos que já foram encenados. A estrutura é a mesma, é preciso aceitar: a vida de Wilson Simonal, seu tremendo sucesso e seu fracasso provocado, suas paixões e dissabores, tudo é narrado com uma trilha sonora adequada, que complementa a trama.
Mas o espetáculo escrito por Nelson Motta e Patrícia Andrade, e dirigido por Pedro Brício, oferece inteligentes números musicais, em que os atores não se limitam a cantar - o que é, infelizmente, tradicional em musicais biográficos brasileiros. Há criatividade na coreografia, que não apenas informa como revela a criatividade de seus criadores.
O musical também comprova o talento de Ícaro Silva. O rapaz já era destaque em Rock in Rio - O Musical, roubando diversas cenas e até desequilibrando o eixo do espetáculo, que apontava para outros protagonistas. Foi também memorável como Jair Rodrigues em Elis - A Musical, atuação elogiada pelo próprio Jair, que acompanhou a apresentação em São Paulo em noite inesquecível.
Agora, como Simonal, ele consegue o tipo de atuação que considero o mais difícil, mas certamente o preferido, quando se interpreta alguma personalidade muito famosa: trazer os gestos e as entonações certas de voz sem que se pareça uma imitação. É como se identificássemos a figura homenageada, mas percebemos também o trabalho do ator, que acrescenta novos detalhes que apenas melhoram a performance, sem resvalar para a caricatura ou, no ponto oposto, uma simples imitação.
Impossível não elogiar também a atuação de Thelmo Fernandes como Carlos Imperial. Quem não conheceu Imperial tem a grande chance graças ao trabalho de Thelmo, preciso ao criar uma figura desbocada, interesseira mas, importante, com um toque humano, evitando a demonização.