Nossa humanidade andou substituindo seus sonhos pela cobiça e pagando o preço alto por isso, pois enquanto os sonhos servem para continuar ampliando as conexões entre si e com todos os outros reinos da natureza, a cobiça, que se apossa do sonho e adquire seu ar, representa tudo que produz isolamento, exploração e, em última instância, todas as maldições que circulam à solta e que subvertem a saúde, física e psíquica, de todas as famílias.
Uma coisa é o fervor sagrado dos sonhos, outra diferente é a avidez da cobiça, que pouco se importa se espalhar maldições e malefícios ao seu andar, o único que lhe interessa é continuar brincando de acumular recursos, independente de isso não significar nenhuma melhoria para o mundo, quanto menos para as futuras gerações.
A cobiça se intromete em religiões, ideologias políticas, não é deste ou daquele partido, não é maior nos homens ou nas mulheres, é um vício que circula na alma humana aprisionando-a através da sedutora idéia de ser ela a única capaz de libertar o individuo que a arvora.
Porém, a cobiça isola e vai, ao longo do tempo, destruindo todas as conexões da alma com o Universo, ou seja, no fim a alma que cobiça destrói a si mesma, restando apenas uma mente autômata, um corpo sem alma.
Quem já foi tomado pela cobiça lerá estas afirmações e soltará uma gargalhada irônica, sentindo-se superior. A gargalhada, porém, comprovará que a superioridade já está ameaçada e que a queda iniciou seu infalível processo, pois a cobiça sequestrou a Vida e ela nunca falha, sempre se liberta.