Como visitar o Louvre?
Hoje resolvi tirar folga da crítica e brincar de guia turístico. Adoro dar conselhos práticos. Se, além do mais, os conselhos forem para ver arte, adoro em dobro. Quem já visitou o Louvre, um dos maiores museus do mundo, sabe que ele é uma "cidade" e quem o descobrepela primeira vez pode ficar perdido.
Se você estiver planejando uma visita, aqui estão as minhas dicas e segredos para aproveitar o máximo este "templo da arte" com uma coleção de quase meio milhão de obras da arte ocidental, desde a Idade Média até 1848, das civilizações antigas que as precederam e influenciaram (orientais, egípcias, gregas, etruscas e romanas) e as artes dos primeiros cristãos e do Islão.
Segurança
Primeiro, é preciso saber que, depois dos atentados, a segurança foi reforçada e o acesso é mais longo por causa do controle. Também é bom saber que o museu não aceita mais malas e que as bolsas ou sacolas não podem ter mais do que55 cm x 35 cm x 20 cm.
Atenção aos dias de fechamento
Quantas vezes esquecemos o dia em que um museu fecha e, como se dizia antigamente, "damos com os burros n'água". O Louvre fecha todas as terças-feiras e certos dias feriados: 1° de janeiro, 1° de maio e 25 de dezembro. Antes, é bom se informar.
Escolha um horário esperto
O museu abre das 9h às 18h. Para a sua tranquilidade, aconselho chegar lá pelas 9h30. Você evitará a fila da abertura. Outra boa ideia é ir no final do dia, aproveitando o horário noturno das quartas e sextas(até às 21h45, sendo que o fechamento das salas é às 21h30)
Evite a pirâmide
Eu sei. Você vai me dizer que, junto com a Mona Lisa e a Vênus de Milo, ela é a obra mais apreciada (e controvertida) do Louvre. Encomendada pelo presidente François Mitterand em 1983 (inaugurada em 1988 e aberta ao público em 1989), esta pirâmide de 21,64 metros de altura, pesando 95 toneladas, foi concebida pelo arquiteto sino-americano Ieoh Ming Pei e precisa ser vista!
É verdade, mas deixe a pirâmide para o final. Como entrada deve ser completamente evitada, todos os turistas estarão lá. Escolha o acesso pelo "Carrousel" (espaço cultural, histórico e shopping center ao mesmo tempo) no número 99 da Rue de Rivoli, que também tem a vantagem do acesso direto pelo metrô "Palais Royal - musée du Louvre". Desta forma, não haverá espera sob a chuva ou sob um sol de rachar. Resista à tentação de olhar as vitrinas, pensando que você poderá fazer isso depois, como prêmio, pela proveitosa visita cultural que se dispôs a empreender.
Não se arruíne
A tarifa do museu agora é 15 euros, o que inclui o acesso às coleções permanentes, exposições temporárias e ao Museu Delacroix (6 rue de Furstenberg, 75006). A entrada é gratuita para menores de 18 anos e para jovens de 18 a 25 anos (com a apresentação da carteira de identidade). Há também os primeiros domingos de cada mês, entre outubro e março, que são gratuitos para todos.
Se preferir visitar o museu em mais vezes, há dois passes: o "Louvre jeunes" e o "Amis du Louvre", que oferecem um ano de acesso gratuito, assim como muitas reduções.
Cuidado com os batedores de carteiras
Não é lenda. O Louvre também esteve infestado por bandos de batedores de carteira. Portanto, fique vigilante, sobretudo nas filas de espera e nas salas mais cheias do museu.
Quando a necessidade não é estética
Meu conselho é evitar os lugares situados sob a Pirâmide, que estão sempre cheios, sobretudo os das mulheres. Os melhores são os que se situam logo antes do controle da asa Richelieu (à direita para as mulheres, à esquerda para os homens) ou aqueles no interior do museu, que são muito mais limpos e tranquilos.
Evite o fechamento de certas salas
Algumas salas do museu, menos frequentadas, ficam fechadas um dia por semana. Se quiser ver alguma coisa precisa, é melhor se informar sobre o planejamento de abertura.
Seja esperto
Não fique nas zonas mais frequentadas, sobretudo a asa Denon perto da Mona Lisa e Vênus de Milo. Não hesite em pegar as "travessas" desconhecidas. E não tenha medo de se perder. Ao contrário, neste museu é se "perdendo" que se encontra. Mesmo em dias de muita gente, encontra-se salas onde se está praticamente sozinho. E não há nada mais delicioso do que ter o Louvre só para si.
Uma das minhas salas preferidas, e pouco visitadas, é o novo departamento de artes islâmicas, que é a parte "luminosa" (não a obscura) de uma grande civilização.
Quando a necessidade é do estômago e da alma
Depois de ter satisfeitas as necessidades do espírito, você poderá se ocupar das outras. Victor Hugo dizia que "comer é uma necessidade do estômago, beber é uma necessidade da alma." O Louvre possui nada menos do que 15 cafés e restaurantes distribuídos entre o museu, o jardim do Caroussel e o jardim das Tulherias. O meu preferido é o Café Marly, cujo terraço dá para a Pirâmide.
Um pouco de sonho consumista
O meu último conselho é terminar a sua visita, saindo pela Pirâmide que é uma experiência em si. E, por ela, entrar no Caroussel. Entre várias e conhecidas delícias de consumo, chás (Mariage & Frères) e chocolates (Maison du Chocolat) inclusive, há uma imensa livraria e lojinha de lembranças que vale entrar, apenas para olhar.
Até a próxima que agora é hoje, e aqui está o mapa da mina!