"E, ao dizer isso, minimizo seus defeitos. Dia após dia, sua conduta, sua falta de experiência e a inépcia das palavras que pronuncia em público nos indignam. Não há limites para os perigos, aos quais a loucura desse homem pode levar o país e o mundo inteiro", disse o autor de Pastoral Americana, um dos habituais favoritos ao Nobel de Literatura, que se aposentou da escrita em 2012.
Questionado sobre o ressurgimento do racismo com os afro-americanos, respondeu: "é evidente que graves problemas nasceram da longa história da opressão dos afro-americanos. No que diz respeito a mim, não acredito, por exemplo, que a maioria dos americanos seja de autênticos racistas. Acredito que haja um grupo de racistas dispostos a tudo entre os membros do Congresso e que haja um na Casa Branca".
Sobre o antissemitismo que "se manifesta no círculo da direita ultranacionalista", considera que "não se possa dizer que o país seja antissemita, ou que esteja disposto a cair no ódio aos judeus de maneira significativa".
Em relação a sua decisão de parar de escrever, o romancista diversas vezes premiado declarou: o fato de "contar histórias, essa coisa que foi tão preciosa para mim durante toda a minha existência, já não está no coração da minha vida".
"É estranho. Jamais imaginei que pudesse acontecer uma coisa parecida comigo. Mas é verdade que acontecem muitas coisas que jamais havia imaginado", afirmou. Em janeiro, Roth já havia criticado duramente Trump na revista The New Yorker. / AFP