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Rock in Rio USA: Ed Sheeran, Taylor Swift e o poder de transformação do pop

LAS VEGAS Ed Sheeran e Taylor Swift, escolhidos para encerrar o terceiro dia de Rock in Rio USA, em Las Vegas, nesta sexta-feira, 15, dois casos a serem estudados. De uma forma ou de outra, o pop os transforma - para melhor, diga-se.

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Por Pedro Antunes
Atualização:

Mutantes da música, as duas atrações deram a cara para o primeiro dia assumidamente dedicado ao pop no festival criado na capital fluminense, nesta primeira edição realizada em território norte-americano, justamente quando o evento criado por Roberto Medica completa 30 anos desde a primeira edição.

 

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Passaram antes pelos dois palcos, Mercedes-Benz Evolution Stage e Main Stage, artistas como James Bay, Tove Lo, Ivete Sangalo, Charlie XCX, Echo Smith e Jessie J. Diferentemente da versão carioca, cujo palco secundário dá espaço para encontros inusitados entre artistas e predomina sozinho na parte vespertina do festival, o Evolution é dedicado a performances de músicos promissores e alterna as atrações com o palco principal. Ao todo, o festival reuniu 42 mil pessoas, de acordo com a organização.

No palco, Sheeran tem toda a pinta de bom moço. Incorpora aquele ruivinho que a garota apresentaria aos pais com orgulho, em um jantar. Ele seria gentil com ela, despejaria sorrisos a mesa, encantaria os familiares da guria. Mas, por favor, não peça para ele contar muitas histórias sobre o passado.

É com elas que Sheeran se transforma no palco. Suas músicas são recheadas de tramas sobre prostitutas e abusos, de álcool e substâncias ilícitas. E ele as canta sem medo. Liberta seus fantasmas a cada performance e o faz sozinho, sem a necessidade de banda. O que é admirável. Com um violão, dois microfones e alguns pedais, Sheeran soa como uma banda cheia. Cria loopings com base no violão, constrói backing vocals e toca o instrumento acústico com ferocidade, espancando-o quando a percussão se faz necessária. A doçura dá lugar a sombras travestidas de pop.

 

O pop escancarado é, aliás, a nova praia de Taylor Swift, cantora escolhida para encerrar as quase 11 horas de música na City of Rock, como é chamada a Cidade do Rock, espaço para a realização do festival, montada na Las Vegas Boulevard, principal avenida da cidade.

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De estrela country em ascensão a jovem de coração quebrado, um punhado de vezes. A cada término com celebridade famosa, Taylor Swift cresce. Em popularidade, sim, mas em maturidade também. Seus pares, contudo, se afundam em crises curiosas. Quem se lembra de Joe Jonas, John Mayer ou Taylor Lautner? Deixa de ser a garota ingênua, mas não perde a doçura. Transforma-se, por fim. Cada término a inspira para novas canções e, com isso, ela encerra ciclo.

O novo disco, 1989, contudo, não é baseado em nada disso. No quinto álbum, Taylor se encontra no pop. Fala de si, da nova vida em Nova York, de madrugadas passadas acordada, compondo. Deixa o violão de lado e o visual de boa moça. Veste-se de mulher fatal, com vestidinhos reveladores e ombros de fora.

 

Abusa irritantemente do playback, principalmente quando a performance envolve dança. É um dos efeitos colaterais mais nocivos do pop. A grandiosidade da apresentação funciona como um contrapeso. Foi montada uma estrutura especial para a ex-country. Uma plataforma móvel foi montada no miolo do público. Lá, Taylor Swift caminhou perto dos fãs e foi capaz de sobrevoá-los diversas vezes.

Ela cantou Wonderland, do novo álbum, pela primeira vez ao vivo e ainda chamou Sheeran para uma versão de Tenerife Sea, criada por ele para o disco x (lê-se multiply). Encerrou o show com Shake It Of, canção que escancara a nova Taylor Swift. E certamente foram para casa com o hit grudado no cérebro. Afinal, é disso que vive o pop.

O Rock in Rio USA chega ao fim neste sábado, 16, com Mikky Ekko, Mayer Hawthorne, Magic!, Joss Stone, Big Sean, Empire of the Sun, John Legend e é encerrado por Bruno Mars. Mais três edições foram confirmadas em Vegas. Em setembro, o festival volta ao Rio de Janeiro, para comemorar as três décadas de existência.

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