Dividido em três capítulos - 'A era da inocência', 'A era da maturidade' e 'A era da ansiedade' -, a obra desafia o leitor a pensar o futuro do romance e a receita pra que ele sobreviva. Essas e outras inquietações sobre o que será da literatura já estavam presentes em algumas obras de Samuel Beckett, como "O Inominável", de 1951, do qual a autora se vale para nortear o tema central de sua obra. Nos três capítulos, Thaís tece brevemente a história dos 20 séculos do romance, gênero literário capaz de refletir de forma singular sobre o homem e a sociedade.
Na primeira parte do livro, há uma breve história deste gênero literário: as origens gregas e latinas, o surgimento do romance em prosa, a cristianização, o resgate pelo Iluminismo, a idealização da vida guerreira e o então predomínio do barroco francês.
A segunda parte da obra trata das mudanças radicais pelas quais o romance passou entre fins do século 17 e início do século 18, imerso em uma sociedade em constantes mudanças sociais, econômicas e culturais, em que a Inglaterra teve papel crucial. É neste momento, segundo a autora, que a literatura ganha status de profissão e que o mercado literário entra em ascensão. Nasce a figura do escritor/editor e romancistas passam a refletir o estilo de vida da classe média, que preferia melodramas a obras aristocráticas, como de costume até então.
No último capítulo da obra, Manzano escreve sobre a legitimação do romance como obra literária, o romance russo, o impacto da psicanálise freudiana no pensamento ocidental, as transformações durante e pós 2ª Guerra Mundial. Hoje, em plena - e controversa - pós-modernidade, qual seria o caminho para o romance?
Thais Manzano é jornalista, escritora, tradutora e professora de História da Literatura. Autora, entre outros, de "Artimanhas da Ficção" (Ed. Terceiro Nome), ensaios sobre 18 obras-primas da literatura.
SERVIÇO
Lançamento "E Se a Literatura se Calasse?"
Segunda-feira, 16 de maio, às 18h30.
Livraria da Vila
Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena