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Milena Canonero fala segredos de Kubrick na Berlinale

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Milena Canonero: a figurinista receberá um prêmio da Berlinale nesta quinta pelo conjunto de sua obra, iniciada em 1971 e laureada com quatro Oscars  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECAÉ dia de homenagem na Berlinale, com a entrega do Urso de Ouro Honorário, que, este ano, será concedido a uma artista que vestiu gerações de estrelas: mito da moda na indústria do cinema, a italiana Milena Canonera, figurinista laureada com quatro Oscars. Ela recebe esta noite, na 67ª edição do Festival de Berlim, um troféu em tributo pelo conjunto de uma obra iniciada em 1971. Para homenageá-la, o evento faz a projeção de uma cópia inédita do culr do horror O Iluminado (1980).

 

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"O que as pessoas mais guardam de um filme, como memória visual, é a figura de um personagem. São eles que nos contam histórias, traduzindo em ações a visão de mundo do diretor. Mas é preciso lembrar que, vestir um personagem, não é vestir uma boneca: tem uma pessoa ali, filtrando o texto de um roteiro, como expressão artística", disse Milena, contando detalhes do processo criativo de seus parceiros.

 

Sobre Stanley Kubrick, a quem chama de "meu ´professor", sua fala dispensou as excentricidades atribuídas ao cineasta.  "A maior lembrança que guardo de Stanley é o fato de que ele não confinava as pessoas em gavetas: se ele notasse que você poderia acrescentar mais a um filme do que apenas cumprindo a função à qual foi designado, ele te deslocava e aproveitava o seu melhor",  disse Milena.

Sobre Coppola, ela tirou segredos de bastidor da franquia O Poderoso Chefão: "O fotógrafo de Francis Ford Coppola investia em um visual escuro, sombrio, mas eu sugeri a ele que o figurino do terceiro filme da serie seguisse um padrão de ópera. Esse tom operístico traduziu bem o filme", disse Milena. "Tive a honra de estar com mestres".

Até agora, às vésperas da cerimônia de encerramento do festival (agendada para sábado), a comédia 'The Other Side of Hope', do diretor finlandês Aki Kaurismäki, é vista como favorita ao Urso dourado, seguida de perto por 'Colo', de Portugal, e 'Una Mujer Fantástica', do Chile, que pode render o prêmio de melhor atriz a uma mulher trans, Daniela Vega. Porém, o soberbo thriller político brasileiro Joaquim não deve (e nem pode) sair daqui de mãos vazias, com chances de papar o troféu de melhor ator, para Julio Machado, que num paradoxo genial de composição esculpe com delicadeza a brutalidade do alferes Joaquim José da Silva Xavier.

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