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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

John Malkovich se empodera em San Sebastián

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Outdoor espanhol de "Submersão", filme de Wim Wenders que abre San Sebastián  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaFaz tempo que John Malkovich não estrela um filme à altura de seu talento, mas isso não demoveu o 65º Festival de San Sebastián do desejo de ter o aclamado ator na presidência do júri de sua competição anual de longas-metragens. O trabalho do eterno Valmont começa nesta sexta, no País Basco, onde a cidadezinha de 183 mil habitantes do norte da Espanha vai abrigar uma seleta de filmes do planeta inteiro. Em concurso, temos 17 produções, mesclando comédia, drama e indignações frente às múltiplas guerras da Europa e do Oriente. Concorrem à Concha de Ouro:

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The Disaster Artist, de James Franco (EUA); El Autor, de Manuel Martín Cuenca (Espanha/ México); Beyond Words, de Urszulla Antoniak (Polônia); La Douleur, de Emmanuel Finkiel (França); Uma Espécie de Família, de Diego Lerman (Argentina/ Brasil); Handia, de Aitor Arregi (Espanha); Der Hauptmann, de Robert Schwentke (Alemanha); Mademoiselle Paradis, de Barbara Albert (Áustria), Pororoca, de Constantin Popescu (Romênia); o francês Le Sens de la Fête, de Olivier Nakache e Éric Toledano (a dupla de Intocáveis); Love Me Not, de Alexandros Avranas (Grécia); Ni Juge, Ni Soumise, de Jean Libon e Yves Hinant (Bélgica); Soldiers: Story from Ferentari, de Ivana Mladenovic(Romênia/ Sérvia); Sollers Point, de Matt Porterfield (EUA); Le Lion Est Mort Cest Soir, de Nobuhiro Suwa (Japão/ França); e Alanis, de Anahí Berneri (Argentina).

A entrada do auditório Kursaal, centro nervoso do evento espanhol  Foto: Estadão

Tem Brasil, mas de modo tímido, fora a coprodução hermana de Lerman, citada acima: viemos a terras espanholas com o documentário No Intenso Agora, o aclamado ensaio investigativo de João Moreira Salles sobre o mundo em 1968. Sua estreia por aqui é já na noite desta sexta. Depois, na mostra Horizontes Latinos, vem experimento mineiro Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans, atualmente em concurso no Festival de Brasília. E, atento ao zumzumzum de Oscar em torno de Call Me By Your Name, que tem a paulistana RT Features como produtora, San Sebastián reservou já uma gala para este caudaloso drama LGBT de Luca Guadagnino. O longa, já batizado no Brasil de Me Chame Pelo Meu Nome, está confirmado no menu do Festival do Rio (5 a 15 de outubro).

Animê em alta: "Fireworks"  Foto: Estadão

Pela manhã, San Sebastián viu (e delirou) com um Wim Wenders suarento, melado e gutural: Submersão (Submergence). Na trama, cheia de alusões a clássicos românticos, Alicia Vikander interpreta uma exploradora do oceano que se vê diante de uma trilha de descida ao abismo Ártico. Seu grande amor é James (James McAvoy), empreiteiro supostamente ligado a uma célula espiã, interrogado por jihadistas africanos. Depois de múltiplas imersões no documentário, o alemão volta à ficção afiado no realismo, com uma depurada atenção para a geografia à sua volta.

 

Para encerrar sua edição de 2017 com pompa, San Sebastián convocou um drama conjugal de tintas feministas: The Wife, que pode dar à atriz Glenn Close um Oscar por sua atuação como uma esposa devotada a um marido escritor. Conhecido por mesclar produções experimentais, trabalhos de autores consagrados e pipocas com tempero pop, o festival reservou ainda um lugarzinho para o cinema animado japonês. Entrou na programação a love story aniamda Fireworks, Should We See It From The Side Or The Bottom, de Akiyuki Shinbo e Nobuyuki Takeuchi, que ganha sessão de gala.

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