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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Inéditos de Karim Aïnouz, Claudia Priscilla Kiko Goifman e Luiz Bolognesi vão à Berlinale

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
"Ex-Pajé", de Luiz Bolognesi  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaSob nova direção, agora sob os auspícios de Paz Lázaro, a mostra Panorama do 68º Festival de Berlim declarou seu amor pelo Brasil, abrindo múltiplas vagas para o país em seu cardápio de invenções e experimentações, com direito ao novo filme de Karim Aïnouz: o documentário Zentralflughafen THF (Central Airport THF; Aeroporto Central). Nele, o cineasta cearense, sumido da telona desde o lançamento de Praia do Futuro (2014), aborda a realidade de refugiados amontoados nos hangares abandonados do Tempelhof, aeroporto desativado da capital alemã. Agendada de 15 a 25 de fevereiro, a Berlinale 2018 - que terá a animação Ilha de Cachorros, de Wes Anderson, como sua atração de abertura - apresenta ainda outros dois docs. Nacionais. A seleta brasileira do real marca a estreia de Bixa Travesti, investigação sobre desconstruções de identidade de gênero feita pelo casal Kiko Goifman e Claudia Priscilla, e Ex-Pajé, no qual Luis Bolognesi (roteirista de Bingo - O Rei das Manhãs) denuncia um etnocídio indígena na Amazônia. Tem ainda uma produção europeia que reconstitui memórias da noite do Rio de Janeiro: Obscuro Barroco, da diretora grega Evangelia Kranioti. A produção presta tributo a uma lenda da cultura queer carioca: a travesti Luana Muniz (1961-2017).

Aeroporto Central (Zentralflughafen THF), o novo filme de Karim Aïnouz, recebe a láurea da Anistia Internacional  Foto: Estadão

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E tem outras bossas de outras latitudes no Panorama de Berlim, como um exemplar 0km de sci-fi com DNA asiático: Yocho, do mestre japonês do suspense Kiyoshi Kurosawa (de Creepy), e uma versão em carne e osso do mangá River's Edge, de Kyôko Okazaki, dirigido por Isao Yukisada. O pacote inclui também a Argentina, representada pelos filmes La Omisión, de Sebastián Schjaer, e Malambo, el Hombre Bueno, de Santiago Loza. Importado por Hollywood, o casaque Timur Bekmambetov (do sucesso O Procurado) leva para a Alemanha o thriller político Profile, sobre ações do Estado Islâmico.

Especula-se que o drama onírico Unicórnio, de Eduardo Nunes, com Patrícia Pillar em luminosa atuação, possa entrar no evento, assim como o novo longa-metragem do diretor pernambucano Cláudio Assis (de Amarelo Manga): Piedade, que traz em seu elenco Fernanda Montenegro e Cauã Reymond. Mas nada foi confirmado. E existe ainda o boato de que José Padilha (Narcos) vá comemorar os dez anos da conquista do Urso dourado por Tropa de Elite (2008) concorrendo de novo, agora com 7 Days in Entebbe, com Daniel Brühl.

Mais filmes serão anunciados oficialmente pela Berlinale nos próximos dias. O presidente do júri deste ano, na briga pelo Urso, será o alemão Tom Tykwer (de Corra, Lola, Corra).

 

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