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Festival de Berlim festeja os 40 anos de 'Annie Hall'

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Annie (Diane Keaton) e Alvy (Woody Allen) vivem um romance sob ecos intelectuais: US$ 39 milhões na venda de ingressos, só nos EUA, em 1977  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECAFilmado a um custo estimado em US$ 4 milhões e convertido, num piscar de olhos, em um fenômeno "intelectual" de bilheteria, com uma arrecadação de US$ 39 milhões só nos EUA, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), de Woody Allen, mais lembrado por seu título original - Annie Hall - completa 40 anos no dia 27 de março, tendo seu quadragésimo aniversário transformado em festa na programação do 67º Festival de Berlim (9 a 19 de fevereiro). Laureado com quatro Oscars, os de melhor filme, direção, atriz (Diane Keaton) e roteiro original, o longa-metragem ganhará sessão de gala na Berlinale Classics, relembrando a mítica que o transformou num marco do humor. No último Festival de Cannes, quando lançava Café Society na Croisette, Allen conversou com o P de Pop sobre o conjunto de sua carreira e relembrou do que o motivou na história do comediante Alvy Singer e sua paixão pela jovem Annie.   

"No fim dos anos 1970, Nova York era um local onde falar de filosofia era uma moda, que fazia de você alguém descolado. E isso era engraçado pra mim, pois eu ria muito lendo Filosofia Moderna, pois farejar algo de romântico nela, inclusive a Filosofia da Comunicação, que estava na onda. Os filósofos do pós-guerra, incluindo um escritor com toques filosóficos como Marshall McLuhan, que aparece no filme, têm algo quase teatral no modo de encarar a vida, bem diferente do abstracionismo de um Hegel ou Leibniz", diz Allen, que teve Annie Hall lançada em 1978 no Brasil, onde ele foi dublado por Élcio Romar. "Filmar comédia é arrancar alegria. Fazendo cinema eu encontro meios de adocicar o que há de amargo na vida, pelo menos para os outros, pois eu nunca revejo meus filmes. Evito essa tentação. Quando revejo algo que fiz, fico pensando no que errei no set".

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