Foto do(a) blog

De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Ecos de Brian De Palma em Cannes

"Un Couteau Dans Le Coeur", de Yann Gonzalez

PUBLICIDADE

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Rodrigo Fonseca Saboroso para quem curte Dario Argento, Brian De Palma e "Parceiros na Noite", o thriller-cabeça "Un Couteau Dans Le Coeur", de Yann Gonzalez, é, entre os 21 longas-metragens cotados à Palma de Ouro de 2018, o que mais chances tem na briga pela Queer Palm, a láurea LGBT da Croisette. Mas sua estilização excessiva e sua aposta numa filosofia existencialista de botequim acabaram por desagardar BOA parte da crítica em sua sessão para a imprensa no Palais Des Festivals, encerrada a vaias. Há muitos escorregões, mas há uma beleza plástica insofismável em sua recriação da década de 1970, a partir de uma cena cheia de "carrego": a indústia pornô gay. Vanessa Paradis, radiante de tão linda, confirma sua potência dramática no papel de uma produtora de filmes de sacanagem - e põe sacanagem nisso - de meninos com meninos. Embatucada pela cachaça (virou alcoólatra) e pela perda de um amor (tem um caso com a montadora de seus filmes, vivida por Kate Moran), ela entra numa espiral de autodestruição. Mas a presença de um assassino mascarado em seu universo colocar a vida de seus atores e seus amigos em risco. A fotografia de Simon Beaufils é um primor no uso da cor. Parece uma mistura de "Vestida Para Matar" com algum giallo de Argento ("Suspiria").

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.