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Chora, Cannes, que 'Todos Lo Saben' desaponta

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Rodrigo Fonseca Melodrama não é pra quem quer... é pra quem pode, e embora tenha A Separação (2011) e O Passado (2013) no currículo, o diretor iraniano Asghar Farhadi demonstrou não possuir uma das ferramentas centrais do filão - o aprofundamento dos conflitos internos dos personagens - no novelão do SBT Todos Lo Saben. Imagina o que é ter Penélope Cruz, Ricardo DarínJavier Bardem a seu dispor e, ainda, assim fazer algo aquém da potência dessas estrelas. Foi o que Cannes comprovou na abertura da edição n.71 de seu festival anual, nesta terça-feira, ao fim da projeção de um drama que prometia romper fronteiras e, no fim, terminou nas redes do folhetim. Parecia ser um dramalhão familiar sobre amores perdidos. Não é. Trata-se de um filme sobre um sequestro, no qual Penélope é subaproveitada e Darín tem um papel caricato. Apenas Bardem tem uma chance de brilhar, até porque, o personagem dele - dono de um minifúndio de uvas - carrega em si a contradição central do filme, ligada a uma esquemática e tardia visão da mais-valia. Bom... a fotografia é um deslumbre, mas... Penélope vive na Argentina com o marido (Darín) e os filhos. Volta pra casa do pai, na Espanha, para um casamento. No local, sua filhota é sequestrada. Resta a um ex de juventude, Paco, vivido por Bardem, ajudar no resgate. Daí pra frente, basta ligar os pontos... Cannes merecia um começo melhor.

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