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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Brasil no front da Berlinale

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
"Indignation", produzido pela RT Features, marca a estreia do roteirista e produtor James Schamus como realizador Foto: Estadão

Dia de alegria múltipla para o cinema brasileiro, com a indicação de O Menino e o Mundo, de Ale Abreu, ao Oscar de melhor longa-metragem de animação, e com a inclusão de dois filmes (de língua inglesa) da produtora paulista RT Features, na seção Panorama do 66º Festival de Berlim (11 a 22 de fevereiro): Indgnation, de James Schamus, e Little Men, de Ira Sachs, cujo roteirista é o carioca Maurício Zacharias. De quebra o projeto The Fading Light of Neon Boy, de Jéssica Luz, foi selecionado para o Talent Market.

"O Brasil não costuma valorizar muito o trabalho do produtor, mas a entrada desses dois filmes num festival internacional desse porte é um reconhecimento, pois mostra que minhas apostas foram corretas", comemora o produtor Rodrigo Teixeira, que antes exibe ambos os longas em Sundance, nos EUA, nos dias 24 e 25.

"Das Águas Que Passam", de Diego Zon, disputa o prêmio de curtas na Berlinale, em competição com 24 filmes Foto: Estadão

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Mas a presença verde e amarela vai além disso. Uma vez que a Berlinale optou por divulgar a sua programação no pinga aqui e pinga ali, abrindo a torneirinha das notícias aos poucos, não se sabe ainda quais longas-metragens de DNA brazuca vão concorrer, embora se especule (desde lá) sobre a presença do documentário Curumim, de Marcos Prado, e do drama Redemoinho, de José Luiz Villamarim. Mas o Brasil já assegurou uma entrada na luta pelo Urso de Ouro na seção de curtas-metragens, com uma produção egressa de um estado ainda pouco associado à produção cinematográfica: o Espírito Santo, terra do belo Das Águas Que Passam, de Diego Zon. É um projeto de R$ 50 mil financiados por edital.

Aos 29 anos, o cineasta capixaba de Cachoeiro do Itapemirim concorre com 24 produções de 20 países com um documentário rodado na vila Regência, na cidade de Linhares (ES), sobre o cotidiano de um pescador, Zé de Sabino, e seu apreço pelo litoral de onde tira seu sustento e onde constrói sua identidade.

"Como não fiz faculdade de Cinema, a minha escola tem sido o curta-metragem e, a partir desse formato, tento fazer cinema que fale de invisibilidade, sobre pessoas que não são notadas", diz o cineasta, que estudou Publicidade e dirigiu antes três curtas: Maestro em Si (2010), A Nona Vítima (2011) e Os Lados da Rua (2012). "Sobre Berlim... Foi tudo muito rápido, o convite, a notícia da seleção... Estou ainda buscando acreditar. O curta foi finalizado há pouco tempo e nos acontece essa oportunidade de apresentá-lo na Berlinale, de estrear por lá, um festival dessa grandeza e com um público tão apaixonado por cinema".

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Cinema capixaba em telas alemãs Foto: Estadão

Além de Das Águas Que Passam, a América Latina emplacou mais dois curtas na Berlinale, ambos do México: El Buzo e Los Murmullos. Espera-se que mais filmes em competição sejam divulgados amanhã. No pacote de longas da Panorama, o título de abertura será o argentino El Rey Del Once, de Daniel Burman. O abre-alas do evento alemão será com Ave César!, dos irmãos Coen.

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