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André Mattos faz de 'O Nome da Morte' a maior diversão

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
André Mattos é um tira corrupto que dá instruções ao sobrinho (Marco Pigossi) em "O Nome da Morte"  Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Não importa qual seja O Nome da Morte - título do thriller nacional exibido domingo à noite na Première Brasil -, seu sobrenome é adrenalina. Tem tiroteios e perseguição feitos de forma competente nesta produção, que dialoga com nossa tradição de fazer ação em forma de dramas sociais - no caso uma investigação sobre a indústria dos assassinos de aluguel no Centro-Oeste. Mas o que mais surpreende, nesta versão para a seara audiovisual de um dos mais respeitados romances-reportagem da literatura jornalística do país, é o desempenho cômico de André Mattos, que fez o Cinépolis Lagoon sorrir de orelha a orelha no domingo. Nesta adaptação do livro homônimo de Klester Cavalcanti, em concurso na Première Brasil, André entra como uma espécie de Mestre Yoda para o aspirante a pistoleiro Julio Santana, personagem real, que matou 492 pessoas por dinheiro. Ele aqui ganha as feições de Marco Pigossi, que estreia na telona como protagonista com uma atuação na medida.

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Em concurso pelo Troféu Redentor, o longa de Henrique Goldman (de Jean Charles) é uma discussão sobre o mercado paralelo dos matadores no interior do Brasil, onde a impunidade reina. O roteiro de George Moura foca no lado humano da máquina de matar que escolheu como objeto, mas parte dele para fazer uma radiografia de uma prática mercadológica escusa. É um roteiro que acende a centelha da denúncia. Mas é uma escrita que deixa no ar boas deixas para o elenco construir pequenas mas vívidas verdades individuais. E Mattos é quem abocanha essa deixa com mais fome. Ele e o midas do riso Augusto Madeira, impagável na pele de uma vítima que brinca com as confusões futebolísticas do Flamengo 

Visto na pele do deputado e apresentador de TV de Tropa de Elite 2 (2010), Mattos dá um show aqui - digno de um prêmio de coadjuvante - sob a farda do policial corrupto, tio de Julio, que faz do sobrinho um ás na arte de matar. Ele funciona como o alívio tragicômico da reconstituição da ciranda real de execuções cometida pelo pistoleiro.

Entre os curtas exibidos até agora, a animação Tailor, de Calí dos Anjos, na seção Novos Rumos, é a coisa mais necessária de todo este Festival do Rio por sua frontal abordagem para a realidade dos transgêneros. Mas pintou na competição nacional um exercício fino de humor, na seara documental, que comprova a evolução narrativa do diretor Ângelo Defanti (de A Melhor Idade): o geopolítico Borá. A produção visita a ex-menor cidade do Brasil a partir da provocação aberta por um post confessional de um antigo prefeito do local.

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