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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Agnès Varda dá toque feminino autoral à Mostra de SP

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Agnès Varda e JR em "Visages, Villages": um ensaio sobre a fruição da imagem  Foto: Estadão

Rodrigo FonsecaLaureado em Cannes este ano com o equivalente documental à Palma de Ouro, o troféu L'Oeil d'Or, dado a experiências narrativas com matérias do Real, Visages, Villages chega ao Brasil neste domingo, para a 41º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, numa sessão de gala às 17h30, no Itaú Frei Caneca, em uma celebração de um ícone do feminino (e do feminismo) nas telas: a cineasta belga Agnès Varda. Aos 89 anos, a realizadora de Cléo de 5 à 7 (1962) divide a direção deste .doc com o artista visual JR, famoso por criar galerias fotográficas ao ar livre. Juntos, eles realizam uma viagem no caminhão fotográfico de JR, discutindo o espaço de fruição da arte. Sua presença em solo nacional faz parte da homenagem que a Mostra presta à cineasta.

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"Eu vivi tempos tempestuosos no qual a gente saía às ruas para protestar não por um pleito individual, mas pela transformação do mundo. Estou velha hoje, mas lido com a velhice com leveza, pois ela é matéria de criação. Faço filmes a partir do que vivo: e vivo como mulher. Meus filmes são femininos e aportam à realidade a percepção de que as mudanças são graduais e que dependem da integração de todos", disse Agnès ao P de Pop durante o Festival de San Sebastián na Espanha. "O mais bonito de se fazer um documentário é buscar o que há de poético na vida, sendo atento ao que o Real nos apresenta".

Visages, Villages terá outras sessões na Mostra de SP, começando por uma projeção dia 24, às 22h30. E não foi a única iguaria pinçada lá da Croisette pelo evento.

"Happy End", de Michael Haneke  Foto: Estadão

Na maratona paulista, que começa esta noite, vai ter: The Square, de Ruben Östlund, que recebeu a Palma de Ouro; o poema russo Loveless, de Andrey Zvyagintsev, vencedor do Prêmio do Júri; a metáfora para o olhar Esplendor, de Naomi Kawase, agraciado pelo Júri Ecumênico; Happy End, de Michael Haneke; o jogral coreano O Dia Depois, de Hong Sang-Soo; a love story à francesa L'Amant d'un Jour, de Philippe Garrel; e o ensaio sobre a arte de escrever A Trama, de Laurent Cantet, estão presentes na seleção.

Lázaro Ramos estrela "O Beijo"  Foto: Estadão

Terá coisa boa do Festival de Veneza na Mostra também, como é o caso de: Custódiade Xavier Legrand, Leão de Prata de Melhor Direção; e os premiados na seção Horizontes do festival italiano, Nico, 1988, de Susanna NicchiarelliSem Data, Sem Assinatura, de Vahid Jalilvand; e Os Versos Esquecidos, de Alireza Khatami. E há, ainda, premiados da Berlinale, como: Félicité, de Alain Gomis, ganhador do Grande Prêmio do Júri parra o Senegal; a comédia O Outro Lado da Esperança, que deu a Aki Kaurismäki o Urso de Prata de Melhor Direção; e Noites Brilhantes, de Thomas Arslan, que teve seu protagonista (Georg Friedrich) premiado com a láurea de melhor ator. De Brasil, o título mais esperado é O Beijo, de Murilo Benício como diretor, que terá sessão na sexta, por volta de 21h, no Espaço Itaú Augusta.

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