Motivo de tanto ódio: Carminha, a vilã falso-moralista interpretada por Adriana Esteves foi finalmente desmascarada. Carminha é a nova Geni. "Ela é feita para apanharr, ela é boa de cuspir".
A obra é de ficção e Carminha é uma personagem psicopata. Mas é curioso ver como a violência verbal sempre ecoa contra as mulheres na televisão (e na vida real, difícil saber quem imita quem nesse caso). A cena acontece em um momento em que se discute o racismo na obra de Monteiro Lobato e em muitas outras esferas. O rapper Emicida publicou há semanas um texto protestando contra a forma como as mulheres negras são tratadas no programa "Zorra Total."
Alguns chamam quem reclama de palavras como macaco (usada para se referir a negros), piranha (para falar de mulheres) e por aí de politicamente corretos chatos. Outros falam em censura e pronto. Ocirco está armado e todo mundo já está cansado de conhecê-lo.
O mais curioso. As mulheres, na vida real, quando querem ofender outras, não pensam duas vezes:as chamam de vadias, vagabundas. "Aquela vagabunda deu em cima do meu namorado". Quem nunca disse isso? Fazemos isso na vida real, logo depois de nos unirmos de orgulho e apoiarmos a "Marcha das Vadias", que aconece há dois anos em várias capitais e prega, entre outras coisas, que as moças se vistam como quiserem, tenham o comportamento sexual que escolherem, sem serem xingadas ou julgadas. "Eu faço o que quero e ai de quem me reprimir, mas aquela menina que eu não gosto é uma baita de uma vagabunda."
Dois pesos, duas medidas. A gente vê por aqui. E não é só na televisão.