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"Montaria boa é quando ele volta inteiro", diz mulher de Edevaldo

Por Cristiane Bomfim

Por Cristiane Bomfim
Atualização:

 Foto: Estadão

"Uma boa montaria é aquela que é decisiva, que você estava precisando para pontuar. Não precisa ser a mais bonita", explicou Edevaldo Ferreira, de 30 anos, minutos depois de se tornar o grande campeão do torneio Brahma Super Bull PBR Brasil . Enquanto os telões do boiódromo de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, reprisavam os 8 segundos decisivos em cima do touro Martelo (da Companhia Juninho Calegare), o peão acenava para esposa Viviane, que agora conseguia tirar o aperto do coração.

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"Para mim, uma montaria boa é aquela em que ele sai inteiro. E esse foi o maior prêmio que nós ganhamos essa noite", retrucou Viviane, enquanto segurava o cheque simbólico de R$ 1 milhão. Mesmo acostumada com rodeios - ela já participou de competições como laço em dupla e prova dos três tambores -, para ela ainda é difícil assistir as montarias do marido e ficar longe é pior. "O coração fica apertado, mas pelo menos aqui eu sei o que está acontecendo."

Os quatro dias da última etapa da competição que começou na quinta-feira (24) foram de disputa acirrada entre o paulista Edevaldo e o goiano Eduardo Aparecido Silva. No domingo, a diferença na pontuação entre os dois peões era de 50,25. Qualquer um que não parasse no boi por 8 segundos daria ao rival o título.

"Cada montaria é uma montaria e a etapa mais difícil foi a última por conta das regras do campeonato. E eu estava muito apertado com o vice-líder. Eu fiquei muito nervoso porque estava disputando as finais há quatro anos sem ganhar. Chegava perto, mas não ganhava. Mas eu tinha no meu coração que ia dar certo e estou muito feliz por isso", comemorou o campeão, que entrou na arena com a mão machucada.

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O dedo foi quebrado em uma montaria na etapa de Primavera do Leste, no Mato Grosso, em setembro. "Ele só me contou depois de todas as montarias porque sabia que eu ia brigar e disse que montou mesmo assim porque precisava dos pontos para a final", lembrou Viviane. A versão é a mesma de Edevaldo: "Não foi fácil, não. Foi muito lutado, muito sofrido. Disputei com o dedo quebrado e nem acredito que ganhei R$ 1 milhão".

Além do prêmio, o título de campeão do Super Bull PBR no Brasil, dá ao peão de Andradina, no interior de São Paulo, o direito de disputar nos Estados Unidos a maior competição do mundo na modalidade - o Built Ford Tough Series (BFTS) - e lutar pelo prêmio de US$ 1 milhão em 2012. Atualmente, o campeão mundial de montarias em touros é Silvano Alves.

"Sem dúvida, o campeonato vale muito porque vai me deixar mais conhecido e o prêmio vai mudar a minha vida. A gente não ganha R$1 milhão todo ano. Eu vou aproveitar bem para investir bem e quem sabe montar mais uns dois três anos", disse Edevaldo, que pretende tirar 30 dias de férias antes de voltar aos treinos.

Classificação final da competição:

 Foto: Estadão

O Rodeio

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Teve peão que chorou porque foi derrubado do touro antes dos 8 segundos. Teve peão que chorou porque conseguiu permanecer tempo suficiente no lombo do animal para conseguir pontuar. No brete, enquanto arrumavam suas botas, camisas, chapéus e coletes, esses homens revezavam o sinal da cruz com alongamentos.

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Para assistir a competição, 30 milpessoas lotaram as arquibancadas do boiódromo. E, como em um jogo de futebol, a competição tem narrador e comentarista. Nos telões, os melhores momentos de cada montaria é reprisado. As falhas dos peões também. E oito segundos é muito tempo dentro da arena.

Na etapa de Cajamar do Super Bull PBR, o campeão foi Enéias Barbosa, de Sales, no interior de São paulo. O competidor conquistou o título ao parar em todos os animais que montou e marcar 439,75 pontos. Participaram da competição os 40 melhores peões do País. Depois das provas, a diversão ficou por conta de shows de artistas como Paula Fernandes, Fernando e Sorocaba, Jorge e Mateus e Edson e Hudson e João Carreiro e Capataz.

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