No mundo de hoje, em que forças do liberalismo avançam para cortar benefícios sociais e diminuir o papel do Estado, a USP dá um exemplo de grandeza.
Depois de pressão do DCE e de grupos como Por Que A USP Não Tem Cotas?, Movimento Levante Indígena na USP e Núcleo de Consciência Negra, a universidade decidiu ampliar sua política de inclusão social.
Um grupo de professores, em manifesto, também protestara:
"Só a USP não tem cotas! As primeiras medidas de cotas no Brasil já têm mais de 15 anos. Pensamos que essa decisão cabe à sociedade que financia a USP e mesmo assim é excluída dela. Tal decisão já foi tomada, graças às lutas do movimento negro, e só nos cabe implementar políticas de permanência para receber alunas e alunos cotistas da melhor forma e com o máximo de apoio possível".
Com leis de autonomia a blindando, a universidade decidiu ampliar na semana passada, dia 28/06, as vagas reservadas às escolas públicas para 50% a partir de 2021.
Anunciou sua política de cotas decidida depois de uma reunião do Conselho Universitário, assumindo sua identidade democrática e de relevância política.
Pouco a pouco, a universidade aumentará a cota de alunos vindos do ensino público:
37% em 2018
40% em 2019
45% em 2020
50% a partir de 2021
Mas nada sobre cotas para negros, pardos e indígenas.
Ontem, numa reunião considerada "história" pelo reitor, Marco Antonio Zago, 37% dessas vagas serão destinadas a candidatos de escolas públicas que se declaram pretos, pardos e indígenas nos processos seletivos, Fuvest e Sisu; antes, eles ganhavam bônus de 25% nas provas.