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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Retratação de Gilmar Mendes

Em 23 de setembro de 2015, postei neste blog o texto O Destempero de Vossa Excelência:

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Atualização:

 

http://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/o-destempero-de-vossa-excelencia/

 

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Eu enumerava os conflitos públicos de Gilmar Mendes o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seu colega da Corte, Ricardo Lewandowsk, com o PT (comparado ao Partido Nazista) e a OAB, um "aparelho de partido".

O Ministro, indicando em minuta circunstanciada equívocos cometidos no meu post, pede retratação, que concedo, citando trechos da carta que a mim foi endereçada.

"O texto, em resumo, vem a ser um apanhado de inverdades manipuladas artificiosamente por meio de inserções descontextualizadas visando, ao que parece, desacreditar-me tanto a honra quanto a imagem como pessoa de bem."

"... você acusou-me de defender o financiamento privado, embora, de acordo com seu raciocínio torto, houvesse recebido recursos públicos de jeito desonesto. Tal calúnia, punível penalmente, flerta, ademais, com o nonsense."

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Mendes informa que a editora da revista CARTA CAPITAL, responsável pela matéria de 2012 citada por mim como fonte, fora "condenada a retumbante indenização ante os graves danos morais que perpetrou". E continua:

"De novo você tomou como verdadeiras imposturas astuciosamente fabricadas por fonte agora já de todo desacreditada, porque apenada."

"Se, ao invés de transcrever falsas acusações alheias como se tratasse de fatos consumados, você tivesse me perguntado, obteria de pronto acesso aos dados reais: em momento algum deu-se, no IDP, 'retirada ilegal, desfalque ou sonegação de impostos', hipóteses que acabariam por inculcar no próprio sócio-gerente as responsabilidades concernentes ao crime de gestão", como informado no meu post.

Em relação ao contrato entre o IDP e o TJBA, diz que "já é de conhecimento público que a tal investigação - e não denúncia-, foi concluída sem que fosse encontrada nenhuma anomalia."

Gilmar Mendes finaliza:

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"Elucubrar em cima de calúnias - delito punível com pena de detenção, de seis a dois anos, e multa - forjadas por outrem é errar duas vezes. A condenação ética, todavia, para mim, avulta como a mais grave. Fosse o meu convencimento pela genuína má-fé como mote propulsor de sua narrativa, não teria dúvidas em valer-me do Judiciário a fim de reparar os vultosos prejuízos a mim causados por tamanhas detratações. Neste momento, pondero com meus botões - e nisso quero crer até por consideração à D. Eunice Paiva, com quem tive a satisfação de conviver quando junto atuamos no Conselho da Fundação Petrônio Portela - que os erros advieram mais da falta de cautela ou de compromisso profissional do que da completa perfídia."

O ministro tem razão, foi falta de cautela confiar em fontes já condenadas.

E minha mãe, hein?

Livrando a minha cara mais uma vez...

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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