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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|OJ e o racismo policial americano ontem, hoje

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Atualização:

 

O racismo americano ontem, hoje, sempre

Entenda os EUA hoje revisitando o caso mais perturbador da suposta inquestionável e infalível justiça criminal americana, o julgamento de OJ Simpson, ocorrido entre 1994-95.

Entenda o ódio da comunidade negra contra a polícia de lá.

Não é de agora.

Um estado policial [de guerra] dominava as ruas de Los Angeles.

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O inimigo era o negro americano.

A minissérie O.J. Made in America mostra uma Califórnia com uma maciça imigração de negros fugindo da perseguição do "sul profundo", chegando no Estado que mais crescia no país.

Ocupando as periferias das grandes cidades e sendo recriminada por uma polícia racista, mal liderada, mal treinada.

Está legendada no ESPN WATCH para qualquer assinante do canal via computador-tablet:

http://espn.uol.com.br/watch

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ou http://espn.go.com/30for30/ojsimpsonmadeinamerica/

São cinco episódios de 1h30 cada. Ao todo, sete horas e meia imperdíveis.

OJ, ou Juice, foi o maior running back da história da NFL.

Já na universidade era famoso.

Quebrou o recorde de jardas conquistadas numa temporada (2.000).

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Sua corrida era de índices olímpicos.

Era lindo, jogou no Bills, no 49ers, atuou no cinema [Capricórnio 1, a franquia Corra que a Polícia Vem Aí], no teatro, na TV, foi o primeiro negro a estrelar uma campanha de comerciais, foi comentarista, era aceito, amado, rico [dono de 3 hotéis Ramada].

Mas tinha um ciúme incontrolável da mulher, uma linda garota loira anos mais jovem, Nicole.

Ela registrou mais de 9 boletins de ocorrências, depois de espancada por ele.

Com boas conexões, ele nunca foi preso.

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 Foto: Estadão

 

Ela se separou e foi morta a facadas.

OJ foi preso. Encontraram sangue em seu carro, sua luva na cena do crime e um ferimento na mão.

Encenou uma fuga espetacular de carro por quase cem quilômetros, transmitida ao vivo pela TV [durante a abertura na Copa de 1994].

A população foi às ruas torcer por ele.

Prometia se matar.

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Foi julgado e inocentado, apesar das provas óbvias.

O racismo, não o homicídio, foi o plot central do julgamento.

E pela série se entende como os americanos piraram com o caso e inverteram a lógica.

Faltou política.

Não se falou do fim do conservadorismo e repressão da exaustiva da Era Reagan, onda que as polícias demoraram para detectar e aceitar.

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Mas lá está a raiz de um problema que não tem fim, lá e aqui: polícia versus negros.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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