Eles estão nos bastidores de todos os jogos Paralímpicos.
Mas quase não são retratados, nem lembrados, nem ganham medalhas.
Correm de um lado para o outro.
Vieram em vários tipos de cadeira de rodas.
São os jornalistas e fotógrafos cadeirantes, amputados, com deficiência motora, que circulam velozmente entre zonas mistas, salas de imprensa, trabalhando e mandando suas matérias.
Amy Purdy, a sensacional bailarina e atleta amputada que dançou com um robô na abertura, comentará os jogos pela NBC.
Pelo Channel 4, entre os 36 comentaristas e apresentadores, 21 são deficientes [foto acima].
Mais da metade.
RJ Mitte, ator com paralisia cerebral que fez o filho de Walter White, de Breaking Bad, é o mais conhecido de todos.
Para o The Guardian, ele disse:
"É o mais importante show de pessoas com deficiência na TV. Não é apenas uma celebração das pessoas com deficiência, mas é até aonde a gente poder chegar."
Quem apresentou para a BBC a cerimônia de abertura foi o correspondente Frank Gardner, cadeirante ferido na Arábia Saudita.
Comenta para a BBC o jogador de basquete cadeira de rodas Ade Adepitan.
No Brasil, ex-atletas ajudam nas transmissões.
A Globo [SporTV] chegou a contratar a ginasta brasileira que ficou tetraplégica, Laís Souza, para trabalhar como comentarista.
Até adaptou bancadas.
Mas devido à bolsa que ela recebe, não pode exercer atividades profissionais.
A Folha mandou seu repórter e colunista cadeirante Jairo Marques.
Bom trabalho a todos.
E não atropelem ninguém.