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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|MIS homenageia geração que mudou a TV brasileira

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Atualização:

 

MIS homenageia geração que mudou a TV brasileira

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Começo dos anos 1980. O Brasil renascia do marasmo cultural e das cinzas.

Novos escritores tinham chances na Editora Brasiliense, num mercado antes empastelado pela censura. O ROCK brasileiro recompunha a indústria fonográfica e emplacava mudanças nas rádios. Nas artes plásticas, o grafite se tornava obra de museu.

No teatro, Oficina, Antunes e Asdrúbal desconstruíam e renovavam a linguagem milenar.

Mas a TV continuava nas mãos de um empreendimento viciado, resistente à renovação. Até a portabilidade do equipamento.

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Câmeras de vídeo mais baratas foram contrabandeadas para o Brasil (uma delas pelo então estudante de arquitetura, Fernando Meirelles). O vídeo se tornou cassete, caseiro.

Fazer TV parecia não mais restrito ao grande capital, com conexões (concessões) com o Poder. Pequenas produtoras foram montadas entre Pinheiros e a USP.

A linguagem foi renovada e, pouco a pouco, invadiu pela porta do fundo a TV aberta.

O MIS, com seu festival de vídeo, o VIDEOBRASIL, de 1983 a 1990, do qual fui jurado, e que aglutinou toda a geração que revolucionou a TV (inclusive a publicidade), resolveu homenageá-lo amanhã em comemoração aos 45 anos do museu.

O festival, que tinha curadoria da Solange Farkas, era um acontecimento, que lotava as dependências do MIS durante dias e causava debates apaixonados, performances e intervenções.

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Segundo Solange, "entre esses dois contrapontos da produção, organizava-se um circuito em permanente ebulição, amplificado pela cultura popular, contaminado pela videoarte e em flerte e discórdia com a televisão".

O Museu da Imagem e do Som de São Paulo foi o berço físico desse movimento com o Videobrasil.

Amanhã apresentará doze obras do seu incrível acervo: como o cineasta Fernando Meirelles, que exibiu seu primeiro documentário no Festival, Marcelo Tas, com suas primeiras aparições na TV como o repórter fictício Ernesto Varela, além de Eder Santos, Lucilla Meirelles, Pedro Vieira, Rafael França, Sandra Kogut e Tadeu Jungle, entre outros:

 

Programa 1 - 13h (duração: 41'15")

Do outro lado da sua casa, 1985 | 19'07"

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Olhar Eletrônico (Marcelo Machado, Paulo Morelli, Renato Barbieri)

O mundo no ar, 1987 | 21'43"

Olhar Eletrônico (Fernando Meirelles, Marcelo Tas)

 

Programa 2 - 14h (duração: 52'29'')

Heróis da decadên(s)ia, 1987 | 32'09''

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TVDO (Tadeu Jungle, Walter Silveira)

Duelo dos deuses, 1988 | 19'51''

Pedro Vieira

 

Programa 3 - 15h (duração: 45'04'')

Reencontro, 1984 | 7'50''

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Rafael França

Mentiras e humilhações, 1988 | 3'57''

Eder Santos

Kátia Flávia, a Godiva do Irajá, 1987 | 4'06''

Roberto Berliner, Sandra Kogut

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Temporada de caça, 1988 | 28'36''

Rita Moreira

 

Programa 4 - 16h (duração: 49'08'')

Pivete, 1987 | 5'43''

Geraldo Anhaia Melo, Lucilla Meirelles

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Amigo urso, 1985 | 11'50''

TV Viva (Cláudio Barroso, Claudio Ferrario, Eduardo Homem)

A paixão segundo Bruce, 1989 | 16'40''

Luiz Duva

E o Zé Reinaldo, continua nadando?, 1989 | 14'19''

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Adriano Goldman, Hugo Prata

 

 

Videobrasil Geração 80

31 de maio (domingo), a partir das 13h

Auditório LABMIS (66 lugares)

Museu da Imagem e do Som | Avenida Europa, 158, São Paulo, Brasil

www.mis-sp.org.br

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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