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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Itália de hoje, Brasil de amanhã

Atualização:

 

A Itália talvez seja o que pode virar o Brasil.

Lá, a cada ano que passa, M5S, o partido do comediante Beppe Grillo se consolida no Poder.

Com a bela advogada Virginia Raggi, de 37 anos, ganhou ontem a Prefeitura de Roma.

Também em Turim, reduto da esquerda sindical, o P5S impôs uma humilhante derrota.

Itália e Brasil.

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Ambos os países ao saíram de ditaduras estiveram nas mãos de três partidos políticos que se revezavam no poder: direita, centro e esquerda.

Aqui, tucanos, PMDB e petistas.

Lá, democracia-cristã, socialista e PCI.

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Foram os partidos que se fortaleceram na Guerra Fria com o fim de regimes autoritários e se enraizaram no Estado graças a uma rede de corrupção que custeava campanhas eleitorais e a permanência do poder.

Sem a timidez de fazer alianças e acordos entre eles danosos aos cofres públicos.

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Lá, como aqui, uma operação policial, MÃOS LIMPAS, que atacou o empresário corruptor, não o corrupto, e começou pequena, atingiu a cúpula dos grandes partidos.

A Queda do Muro de Berlim, a descrença da velha ideologia, a corrupção, o desencanto, tornaram-se campo fértil para uma política pela própria política, não para o outro.

Berlusconi foi o primeiro fruto a amadurecer.

De um partido fundado em 1994, Força Itália, uma nuvem ideológica populista: anti-comunista, midiática, liberal.

Agora, o Movimento 5 Estrelas, ou M5S, que nasceu de uma provocação de um comediante, chegou a ter ¼ do Congresso, surge como força paralela ao Executivo.

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As eleições municipais deste fim de semana consolidaram o M5S como alternativa de Governo.

Ganhou fácil em Roma do tradicional Partido Democrático (PD), antigo PCI; uma derrota humilhante.

Acabar com os velhos vícios da política italiana é o principal lema da nova estrela na política de lá.

A bola está quicando por aqui.

A frente, o empresário, comediante ou palhaço que tomar a bandeira da reforma da velha política brasileira, tem chances de em pouco tempo tomar o Poder.

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Pelo voto de um eleitor descontente, desacreditado, enganado e traído pela "velha" política.

 

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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