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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Google homenageia Machado de Assis

Atualização:

 

Cada país ou língua tem o autor em que toda a cultura se baseiam e suas semântica vira regra.

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Na Itália, Dante. Na Alemanha, Goethe. Os ingleses tiveram Shakespeare. No Brasil, é o carioca filho de ex-escravo, Machado de Assis.

O Google em doodle relembra seu aniversário, 21 de junho.

O fundador da Academia Brasileira de Letras, homem cultíssimo, poliglota, apesar de nunca ter saído do Brasil (e quase nunca do Rio de Janeiro) nasceu num berço pobre em 1839, órfão ainda criança, escrevia em revistas e jornais, em que publicou grande parte da sua obra no formato folhetim (a telenovela da época).

Aprendeu quase tudo sozinho (inclusive francês, trabalhando numa padaria).

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Conseguiu um emprego de revisor de jornais, depois colunista credenciado pelo Senado.

Ao todo, deixou de herança aos brasileiros (não teve filhos) romances, peças teatrais, 200 contos, poemas e sonetos e crônicas.

Começou associado ao romantismo.

Mas, ao se aposentar no serviço público, teve tempo para inovar e revolucionar a literatura brasileira, influenciado por Flaubert, Stendhal, Alexandre Dumas, Bslzac e Eça de Queirós, com a "trilogia" Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmuro.

Em que procura a identidade de um Brasil que saía da Monarquia, em que emergia uma burguesia entediada, fútil, consumista e hedonista.

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Já havia utilizado o conto, em Contos Fluminenses e Histórias da Meia-Noite, como laboratório da experimentação.

E, depois, em Papéis Avulsos, publicou o irreverente e pertubador O Alienista.

Hoje, o Velho Bruxo do Cosme Velho é reconhecido no mundo todo como um dos grandes da literatura e angaria fãs como Martin Scorsese.

Bem lembrado, Google.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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