A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) perdeu a sede histórica da Almirante Barroso, 97, Rio de Janeiro, e pede perdão das dívidas.
Enquanto isso, organiza a mudança do escritório e trabalha para garantir a preservação da parte do Acervo da SBAT.
Houve um tempo em que a era das associações mais poderosas do país.
Ne norte a sul do Brasil, cada peça, balé, ópera que estreava, um fiscal da SBAT aparecia para cobrar a porcentagem do autor, associado.
Se fosse um brasileiro ou não.
Caso não pagassem o agenciado, ela tinha o poder de fechar a casa.
Representava os grandes, de Dias Gomes, Plínio Marcos a Nelson Rodrigues, das lendas, Eugene O'Neil, Tennessee Williams, Sam Shepard, ao teatro independente ou alternativo.
Aos estrangeiros, ela repassava os direitos a associações estrangeiras ou agentes deles.
Os ruídos dessa relação de confiança e duradoura começaram a se aprofundar nos anos 1980.
Incapaz de pagar, problemas de câmbio, funcionários corruptos e planos econômicos danosos, como duas moratórias, perdeu autores e deixou de agenciar.
Escrevíamos uma humilhante carta aos produtores de nossas peças: "Como não sou mais filiado, deixo de receber parte meus direitos pela SBAT, desobrigando a produção a receber seu fiscal".
Uma reunião com colegas cariocas foi marcada para 9 de abril, segunda-feira, às 16h, na sede da SBAT, à Rua Almirante Barroso, 97, 3º andar.
Diz a convocação:
"Como sabem, A SBAT está passando por um período de reestruturação e recuperação. Desde agosto do ano passado, um novo grupo de artistas voluntários, reunindo atores, diretores e autores, juntou-se ao Aderbal [Freire] no seu incansável esforço de salvamento da Sociedade.
De lá para cá, algumas ações foram propostas e estão sendo encaminhadas, houve reveses, como o que se lê acima, mas também avanços como se verá a seguir. Mas precisamos encontrar um modo de engajar a nós todos autores de teatro, cariocas e brasileiros nesse esforço que estamos fazendo, ou fechar a Sociedade de vez.
Em pouco mais de seis meses, destacamos algumas das ações do grupo de trabalho atual:
1) Realizamos um levantamento completo do passivo da Sociedade, incluindo dívidas com Autores Filiados e levantamos os custos atuais de manutenção das atividades da SBAT.
2) Encaminhamos um adendo a um Projeto de Lei que poderá significar o perdão de milhões de reais em Dívidas Tributárias Federais do passivo da Sociedade. O projeto já foi encaminhado e está na Comissão de Cultura da Câmara Federal, com parecer favorável do relator.
3) Encaminhamos junto à Câmara Municipal um pedido para o perdão de dívidas milionárias de IPTU dos últimos imóveis ainda em nome da SBAT nessa cidade. Pedido já aceito pela Comissão de Cultura da Câmara, dependo de documentação sobre a posse das salas para o início da sua tramitação.
4) Começamos uma Campanha de Novos Sócios e Reativação das Filiações. "
A Taxa atual da anuidade foi recalculada para R$ 100,00 e garante a filiação por um ano.
Organizam o Clube de Leitura, que se reúne todas às terças-feiras para leitura de textos de autores nacionais filiados à SBAT.
Ativaram a Página Oficial da SBAT no Facebook: https://www.facebook.com/sbat100anos/
E o instagran @sbat100anos.
Trabalham na modificação dos estatutos atuais para "modernizá-los e trazer para a SBAT a representação também sobre atores, diretores e outros participantes do processo de criação do Espetáculo."
A ideia é transformar a SBAT em Sociedade de Classe.
Realizaram um primeiro encontro sobre Direitos Conexos.
E continuam a campanha pelo respeito aos direitos autorais e pela manutenção do recebimento das porcentagens de bilheteria dos teatros pelo valor bruto auferido nas sessões; a Associação dos Produtores do Rio de Janeiro pede que o percentual de direito autoral passasse a ser descontado pelo líquido.
Acabaram de marcar a primeira Oficina de Dramaturgia, com o Márcio de Sousa.