PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|A grosseria de Trump e o trumpismo

Atualização:

 

Problema é Trump e o trumpismo

Dois eventos envolvendo o presidente eleito americano serviram de couvert para o que está por vir.

A atriz mais premiada de Hollywood foi chamada de "superestimada", depois criticar o fomento à xenofobia e a política do novo governo contra imigrantes.

Trump, que perdeu da Califórnia de lavada, não deixou barato.

Despejou seu ódio pelo Twitter, rede social por onde governa sem ainda governar.

Publicidade

Chegou-se a noticiar que a empresa o bloqueria, devido aos discursos preconceituosos e incitação ao racismo.

A notícia foi comemorada pelas redes sociais.

Parecia óbvia a intenção de excluir alguém que fere a carta de princípios de uma rede social.

Imaginei que era verdade que o Twitter excluiria Trump.

Mas era notícia falsa.

Publicidade

Dias depois, na enfim primeira coletiva como presidente eleito, depois de protelá-la por meses, entrou em conflito com um repórter da CNN, Jim Acosta [de origem cubana].

Acusou-o de veicular notícias falsas e mandou ele se calar.

Uma claque ao fundo aplaudiu entusiasticamente.

Imaginei que imediatamente os correspondentes se levantariam e se retirariam da sala, em defesa do colega latino e da Constituição americana.

A 5ª. Emenda estava sendo jogada no lixo.

Publicidade

A CNN publicara na véspera suspeitas de que o governo russo investigara Trump.

Baseadas num relatório amplamente divulgado. Tomou o cuidado de indicar o que era suspeita.

Fez jornalismo.

Trump, que tem relações íntimas com a FOX News, agiu como concorrente, não como presidente.

Por que os correspondentes da Casa Branca não protestaram até agora contra o tratamento dado a um colega?

Publicidade

Porque ali, como quase 50% dos eleitores americanos, concordam com seu estilo balístico, sem ética, sem educação: o trumpismo.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.