Faço uma pequena interrupção na cobertura da Mostra para registrar a morte de Federico Luppi, aos 81 anos.
Quem se interessa pelo cinema latino-americano por certo conhece e ama este grande ator argentino. Em especial por alguns filmes que chegaram até nós, como Um Lugar no Mundo (1991) e Lugares Comuns (2002), ambos de Adolfo Aristarain.
Luppi também teve participações nos badalados filmes de Guillermo Del Toro, Cronos e Labirinto do Fauno. Mas sua filmografia é extensa - compõe-se de cerca de 80 longas-metragens. Acho que um dos seus últimos trabalhos foi em Neve Negra, ao lado do super-astro latino Ricardo Darín.
De minha parte, digo que sentia prazer toda vez que via Luppi em cena, mesmo que em participações pequenas. Ele dava dignidade a qualquer papel, mesmo modesto, e era um dos representantes da escola de interpretação argentina, sóbria, eficaz, profunda.
Luppi trabalhou muito tempo também na Espanha, onde se abrigou durante os anos terríveis da ditadura militar argentina, que o ameaçava. Era da esquerda peronista.
Um grande homem, uma formidável carreira artística. R.I.P.