Com surpresa, soube da morte de Paulo Patarra, jornalista da escola antiga que, simplesmente, fundou Realidade, a melhor revista de reportagem que este país já teve. Não o conheci pessoalmente, mas o admirava à distância. Conheci sua mulher, Judith Patarra, entrevistando-a sobre um livro que ela havia escrito sobre Iara Iavelberg. Sua filha, Dani Patarra, é roteirista de cinema.
Paulo foi um cara anticonvencional ao extremo. Acreditava, como eu, que jornalismo se aprende em redação e nos botecos, no convívio informal com colegas. Acho que já não se fazem mais jornalistas como ele. Leio que, a seu pedido, não houve rito fúnebre e seu corpo foi doado para estudos à Faculdade de Medicina.
Encontrei na internet uma bela entrevista com Paulo, feita por escrito, pois ele já não não falava, devorado pelo câncer na laringe. Não tinha voz, a inteligência estava intacta. E a verve. Leia e aprenda um pouco sobre jornalismo de gente adulta.