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Cinema, cultura & afins

Opinião|Paulo Autran

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Quando morre o maior ator do país, o que dizer? Apenas isso: vejam-no em seu grande papel no cinema, o político Porfírio Diaz, em Terra em Transe, obra-prima de Glauber Rocha. Há um momento sublime (e terrível, porque as coisas vêm juntas) quando Autran se dirige à câmera (quer dizer, ao espectador) e brada:

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"Aprenderão! Aprenderão! Dominarei essa terra! Botarei as nossas históricas tradições em ordem! Pela força! Pelo amor da força! Pela harmonia universal dos infernos, Chegaremos a uma civilização!"

Esse foi o ápice, mas Paulo Autran contabiliza 21 papéis no cinema. Os últimos - o avô do protagonista de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hambúrguer, e um intelectual francês em O Passado, de Hector Babenco, ainda inédito.

Isso sem falar na TV e no teatro, onde fez de Molière a Shakespeare, sem deixar de encenar os autores novos, como nosso amigo Dib Carneiro Neto, de quem protagonizou a peça Adivinhe quem Vem para Rezar.

Paulo Autran foi completo. Complexo. Grande. Só podemos ser gratos por uma vida assim.

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Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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