2) Boi NeonGabriel Mascaro constrói uma aventura erótica e existencial pelo mundo dos rodeios no Nordeste, fazendo o percurso na contramão dos clichês associados à região. Uma linda mulher é motorista de caminhão; um vaqueiro tem paixão pela costura. Filme muito original.
3) Cinema NovoEryk Rocha é filho de Glauber Rocha, mas procura fazer um documentário nada saudosista sobre o mais importante movimento cinematográfico do Brasil. A imersão nos filmes da época é profunda, mas Eryk mostra que o Cinema Novo não é datado e que as questões que levantava permanecem muito atuais. 4) Sinfonia da NecrópoleUm musical ambientado num cemitério? Quem apostaria numa ideia destas? E, no entanto, ela dá supercerto, sob a batuta da talentosa Juliana Rojas que, de quebra, consegue inserir uma crítica à especulação urbana em sua trama fantasmagórica.
5) Para Minha Amada MortaUm jovem viúvo (Fernando Alves Pinto) descobre, através de fitas de vídeo, que sua esposa o traía. Como tem contatos com a polícia, prepara uma vingança, mas esta desafia os clichês do gênero. 6) BR 716Domingos Oliveira, em pegada memorialística, recorda de sua primeira juventude, vivida num famoso apartamento de Copacabana, em regime de festa permanente. Do lado de fora, um golpe de Estado é preparado. O clima dos anos 1960 é recriado à perfeição, com Caio Blat como alter ego do diretor. 7) Mate-me Por FavorAnita Silveira da Rocha recria o clima de terror entre adolescentes da Barra da Tijuca quando crimes começam a acontecer. Aposta mais na atmosfera de medo que em cenas explícitas de violência.
8) Mãe só há UmaAnna Muylaert recria, em forma ficcional, o caso verídico de um bebê sequestrado na maternidade e que conhece os pais biológicos apenas quando já é adolescente. Além do caso em si, Anna discute várias questões contemporâneas, como a homofobia.9) Big JatoClaudio Assis adapta o romance de formação do escritor Xico Sá, seu relacionamento problemático com o pai e a admiração pelo tio sonhador (Matheus Nachtergaele faz os dois papéis). 10) Campo GrandeUm notável exercício de cinema de Sandra Kogut com a história de uma mulher solitária (Carla Ribas) que se vê de súbito obrigada a tomar conta de duas crianças. Ação e sentimento nas doses certas.