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Opinião|Independência ou Morte: filme patriótico?

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Com a morte recente de Carlos Coimbra reabriu-se o "caso" Independência ou Morte. O filme, lançado no ano do sesquicentenário da Independência, foi tido, em alguns setores, como uma espécie de obra oficial do regime: leia-se, da ditadura de Emilio Garrastazu Médici. Hoje, o romancista Ignácio de Loyola Brandão, em sua coluna do Caderno 2, desagrava a memória de Coimbra, evocando o episódio.

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Transcrevo: "Lembro-me quando foi lançado Independência ou Morte e ele (Coimbra) foi criticado como um homem a serviço da ditadura, por causa do 'patriotismo' que, dizem, ele pregava. Tolices da época. Quem viu o filme sem isenção sabe que não era patriotismo coisa nenhuma, era apenas um filme histórico destinado a contar uma história com personagens curiosos como dom Pedro I, um conquistador inveterado, a marquesa de Santos, o Chalaça e outros. O público gostou, compareceu."

Há pouco recebi um e-mail do produtor e cineasta Anibal Massaini Neto, filho de Oswaldo Massaini que, na época (1972, produziu o filme de Coimbra por sua empresa, a Cinedistri, hoje comandada por Anibal. A título de esclarecimento: o público de Independência ou Morte foi de 2.975.476 espectadores, segundo dados da Embrafilme (História do Cinema Brasileiro, Fernão Ramos (org.), pág. 418)

Prezado Zanin, Fiquei muito sensibilizado com o artigo do Loyola - O Homem que amava cinema", publicado hoje no Estadão, a respeito do Coimbra. Ele faz o reconhecimento de uma verdade, que infelizmente, nós e o Coimbra, sempre tivemos que contestar junto àqueles que, injustamente, nos imputavam em suas escritas.

Independência ou Morte, foi uma iniciativa nossa, produzido integralmente com recursos próprios e nunca submetido a qualquer crivo, análise, sugestão ou imposição.

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Esclareço-lhe, que o filme foi sim um enorme sucesso de público, no mesmo nível dos recordistas, e é, disparado, o filme brasileiro de maior público em televisão, em razão de suas incontáveis exibições e dos expressivos índices de audiência que sempre obtém.

Como sempre acontece, todos os Presidentes querem sempre recepcionar os vencedores de todas as atividades. Com Independência ou Morte, não foi diferente, até porque, de fato, aquele Governo nada fez de expressivo para as comemorações da nossa independência e pegou carona com o filme. Sei que ele gostaria que isso fosse escrito, por ele, ou pelo meu pai, ou por mim. Abraços Anibal Massaini Neto

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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