O Brasil continua a terra da descontinuidade. Quer maior prova? O Festival de Paulínia, grande xodó do calendário cinematográfico brasileiro, acaba de ser suspenso. Não acontece este ano. Será que volta a acontecer?
É o cúmulo dos cúmulos. Paulínia, conhecida apenas por sua refinaria, entrou para o panorama cultural brasileiro com uma bem bolada estrutura cinematográfica. Um polo, uma escola de cinema, um festival rico, que acontecia num teatro magnífico, plantado no meio do nada.
O sonho durou pouco. Em ano eleitoral, parece que a prefeitura tem outras prioridades. E o festival dançou. É pena, muita pena. Poderiam fazê-lo talvez com menos dinheiro. Não precisava ser faraônico, com ás vezes o foi. Só o que não poderia haver era essa descontinuidade.
Foi uma tremenda bola fora. Tomara renda muito desgaste político a quem teve a infeliz ideia.
Abaixo, segue o press release da prefeitura, para justificar o injustificável.
Prefeitura suspende Festival de Cinema para priorizar investimentos na área social da cidade.
O prefeito de Paulínia, José Pavan Junior anúnciou na manhã desta sexta-feira (13), em coletiva, que neste ano não haverá a 5ª edição do Festival de Cinema, mas afirmou que todos os investimentos na Cultura continuarão a ser realizados. "Foi uma decisão muito difícil, mas tivemos que priorizar o trabalho social que vem sendo realizado na cidade. Suspender não significa acabar" diz o prefeito.
Pavan disse ainda, que Paulínia continuará a apoiar e investir nos longas e curtas produzidos no Polo Cinematográfico, Festival de Dança, Concertos, Peças de Teatro e na Formação e Capacitação dos 1200 alunos que frequentam o Espaço Cultura.
Segundo Pavan "as medidas foram necessárias para a economia do município, uma vez que a partir deste ano o Festival deveria ser 100% patrocinado por empresas privadas. Cerca de R$ 10 milhões que seriam investidos no Festival de Cinema, serão direcionadas para os trabalhos realizados na área social, como, construção de novas escolas, casas, saúde e nos programas do meio ambiente".