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Cinema, cultura & afins

Opinião|Entre as estreias, a arte de Dominguinhos, o declínio do macho e as neuras de Catherine Breillat

 

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Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Dominguinhos. Documentário de Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar.

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Música e cinema: tudo a ver. Pelo menos tem sido assim no Brasil, país em que o documentário musical já pode ser tido como uma espécie de gênero em si. A força da música brasileira, sua diversidade, seus bons personagens têm rendido muitos filmes. O mais recente é Dominguinhos, sobre formidável cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano, morto em 2013. O trunfo do filme é expor sem muitas firulas as vertentes múltiplas desse grande artista.

Cotação: BOM

 

 

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 Foto: Estadão

O que os homens falam. De Cesc Gay, com Javier Cámara, Ricardo Darín, Eduard Fernández, Jordi Mollà.

Um raro exemplo de comédia inspirada contemporânea. Do ponto de vista masculino, e através de oito personagens, discute-se temas como a crise do casal, a posição ameaçada do macho, a infidelidade conjugal, o sexo no trabalho, etc. Raramente se cai em clichês. O texto é refinado e os intérpretes, ótimos. Veja o time: Javier Câmara, Ricardo Darín, Jordi Mollá, entre outros. A questão da crítica em relação à comédia não é uma briga com o gênero, mas contra a sua decadência. Raros prazeres se comparam ao de ver uma comédia bem escrita, encenada e interpretada. Fazer o público rir de maneira inteligente é uma das missões sublimes da arte.

Cotação: BOM

 Foto: Estadão

Uma relação delicada, de Catherine Breillat, com Isabelle Huppert.  Maud Schoenberg (Isabelle Huppert) é uma cineasta que sofre derrame cerebral e desperta com metade do corpo paralisado. Seu desafio será conviver com sequelas causadas pela doença. Mais ainda quando ela decide que limitações físicas não serão empecilho para o seguimento de sua carreira e passa a procurar um ator para seu próximo filme. Julga encontrá-lo quando assiste pela televisão à entrevista de Vilko Piran (Kool Shen), escroque internacional que dera golpes milionários e passara 12 anos na cadeia por seus crimes.

O incrível é o aspecto autobiográfico do relato.A própria Catherine sofreu um derrame e ficou na situação da protagonista. Recuperada em parte, envolveu-se com um trambiqueiro de alto coturno na França, que lhe levou todo o dinheiro. Ela o processou e meteu-o na cadeia. Catherine escreveu um livro e resolveu transformar sua experiência em cinema. Após cumprida a pena, o escroque resolveu processá-la por uso de imagem.

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Cotação: BOM

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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