Corpo Presente, de Marcelo Pedroso. Ele é conhecido pelos cinéfilos como diretor de Pacific, um dos xodós de Jean Claude Bernardet. Nele, Marcelo trabalha com imagens tomadas por turistas numa viagem a Fernando de Noronha. Agora, o papo é outro e o trabalho com rituais da morte em tom inovador. Uma mesa de preparação de cadávereres e uma boa dose de ambiguidade. O corpo preparado é de um ser humano? Não dá para contar. Mas é um dos filmes mais inquietantes que vi nos últimos tempos. E de muito rigor formal. Que não se confunde com rigor mortis, por favor.
O outro é Zé Monteiro, o Homem que Venceu as 5 Mortes, de Wilson Freire. Lúdico, conta a história do sertanejo que quase foi levado pela indesejada das gentes varias vezes. A primeira de uma febre na infância; da última, ele escapou com algumas pontes de safena. Ate se transformar em artesão já idoso. É um jeito original de enfrentar tema batido, com muito humor, tom de cordel e algumas animações feitas em cima dos artesanatos de Zé Monteiro.
A pergunta de muitos espectadores e críticos ao final da sessão: por que esses filmes não estão na mostra principal?