Dito isso, alguns títulos parecem pelo menos bem interessantes. O vencedor Acercadacana, de Felipe Calheiros, é um deles. Tem qualidade cinematográfica, além do empenho político. Não se limita a denunciar a gravidade da situação da terra no Brasil, mas indica o desequilíbrio de poder envolvido na questão. Nesse sentido, é filme maduro feito por um jovem.
Muita gente ficou encantada com A Mula Teimosa e o Controle Remoto, de Hélio Vilela Nunes. O encontro entre dois meninos na fazenda, fihos, um do patrão e outro do empregado, é narrado com meios exclusivamente visuais, sem diálogos. Isso é crença poética no poder da imagem.