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Uma geléia geral a partir do cinema

Uma Voz para Milhões

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Cheguei hoje de manhã no jornal e logo descobri que Pavarotti havia morrido. Lembrei-me de escrever alguma coisa sobre Uma Voz para Milhões (Yes, Giorgio), do Franklin Schaffner, que foi, salvo engano, o único filme dele especificamente para cinema. Pavarotti podia ser visto em muitos vídeos - e ainda pode, em DVDs -, mas no cinema acho que Schaffner foi o único que teve a infelicidade de dirigi-lo, porque era horrível. Para tirar a teima, fui ao arquivo do Estado e encontrei, na pasta do diretor, a crítica que Lauro Machado Coelho fez, no Jornal da Tarde, há mais de 20 anos (em 19 de agosto de 1983, mais exatamente) sobre aquele filme. Só o título já dá uma idéia da abordagem - Pavarotti no cinema: uma enorme saudade de Mario Lanza. LMC observa que Pavarotti sempre foi mau ator. Até mesmo nos papéis com que tinha maior afinidade, como o Nemorino de Elixir do Amor, seu comportamento em cena era sempre deplorável. Ele tinha a voz, mas era inexpressivo como um poste. O filme conta a história de um 'divo' que perdeu a voz com medo de cantar. Entra em cena uma médica para ajudá-lo a superar o trauma e ele volta ao Metropolitan, em Nova York, para sapecar o Nessun Dorma, da ópera Turandot. Por pior que seja o filme, sempre possibilita o recurso de o espectador fechar os olhos e ouvir Pavarotti cantando a Donna non Vidi Mai, de Manon Lescaut, que é realmente um arraso. Queria só deixar o registro de um postinho sobre o grande Luciano, mas acho que vou desdobrar. Me deu vontade de falar sobre Schaffner e Mario Lanza.

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