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Uma geléia geral a partir do cinema

Uma semana muito movimentada

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Nem acredito que não postei durante toda a semana. Tive as capas, um monte de filmes para ver, de entrevistas para fazer. Conversei pelo telefone com Alain Guiraudie, Bertrand Blier e François Ozon. Tive a junket de Um Tio Quase Perfeito, de Pedro Antônio, com Marcus Majella, e gostei do filme. Demos uma capa para Quem É Primavera das Neves, de Jorge Furtado, a quem entrevistei - e depois quase surtei porque 1) esqueci-me que o filme tem crédito de codireção para Ana Luiza Azevedo e Jorge não me lembrou; e 2) na quinta também estreou Cidades Fantasmas, outra produção da Casa de Cinema de Porto Alegre; só descobri na própria quinta, quando fui fazer as estreias para o online. Nem a assessoria da Casa de Cinema, quando a contactei para localizar o Jorge, me informou sobre o filme de Tyrell Spencer. Jesus! Fiquei mortificado porque, embora goste de Primavera das Neves - e manteria a capa pela personagem -, gosto mais ainda do documentário do Tyrell, que venceu a etapa brasileira do É Tudo Verdade e, por mim, teria levado o prêmio internacional. Foram vários dias levantando cedo. A entrevista com o Guiraudie, pela diferença de horário, foi feita às 5h30 (da manhã). Com o Ozon, deveria falar sobre Frantz, mas aproveitei e incluí na pauta o L'Amant Double, que vi em Cannes. A grande surpresa foi Bertrand Blier. Sempre ouvi que era difícil. Nada disso. Foi simpaticíssimo, e ainda falamos de seu pai, Bernard, que teve uma extensa carreira no cinema francês, à qual somou quase tantas participações no cinema italiano de Luchino Visconti, Mario Monicelli, Ettore Scola, Mario Camerini e muitos outros. Havia visto Bernard Blier em Marie Octobre, de Julien Duvivier, no ciclo comemorativo do centenário de Danielle Darrieux, na Filmothèque du Quartier Latin. Julien Duviver! Segundo Orson Welles, um grande, imenso diretor. Bernard trabalhou, na França, em muitos filmes escritos por Michel Audiard, pai de Jacques. Michel foi realizador, adaptador, roteirista. Foi, acima de tudo, dialoguista. Michel Audiard fez falar o cinema de qualité, que François Truffaut odiava. Deu voz a Jean Gabin, cujos diálogos reescrevia, mesmo quando o roteiro não era dele. Bertrand ainda nem sonhava ser cineasta e já frequentava os sets do pai. Conheceu, assim, muitos grandes italianos - Marcello, Marcello, Marcello. Quando, finalmente, dirigiu Mastroianni - em Un, Deux, Trois Soleil, de 1993 -, Bernard Blier já havia morrido. Foram histórias ótimas, que não consegui incluir no texto do impresso. Fica aqui essa palinha.

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