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Uma geléia geral a partir do cinema

Tudo é teatro

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Voltei ontem para casa, mas cheguei debilitado e não tive ânimo para acrescentar novos posts. Paciência comigo... Estava há pouco completamente esquizofrênico, zapeando na TV paga para assstir num canal da rede Telecine à Cleópatra de Joseph L. Mankiewicz e no outro à Espiã, de Paul Verhoeven. O próprio Mankiewicz adiava 'Cleópatra, ao qual se referia somente como 'aquele filme', mas é o tipo do programa em que termino por estacionar, sempre que o vejo. O rigor da construção intelectual é coisa muito séria e eu cada vez percebo maios o que disse Bertrand Tavernier - se na pimeira parte, que narra a elevação de Cleópatra ao plano dos deuses, por meio da ligação com Júlio César, Mankiewicz bebe na fonte de George B. Shaw, na segunda, com Marco Antônio, o tom é assumidaemnte shakespariano, cuilminando na morte da rainha e no comentário da serva, que é uma das frases lapidares do cinema. Não me lembro se foi no livro de N.T. Binh, mas Mankiewicz disse certa vez que somos todos atores representando num jogo. Em seus últimos filmes, a vida vida ação dramática e os personagens são atores/diretores do próprio destino. 'A Malvada' é o filme definitivo sobre o teatro, mas pensem em 'A Condessa Descalça', 'De Repente no Último Verão', em 'Cleópatra' e 'Jogo Mortal' (Sleuth). Todos os personagens de Mankiewicz são sempre movidos pela ambição e mesmo que aspirem à fama, à glória, à riqueza, seu objetivo final é sempre o poder. Cleópatra vira deusa com César, reduz-se a mortal por seu amor ao fracassado Antônio, que não está à altura d seu papel na História. Shakespeare - 'O resto é silêncio'. O plongê, plano filmado de cima para baixo, quando Marco Antônio morre nos braços de Cleópatra e ela olha para cima, para a câmera, é de uma beleza, de uma tristeza palpável. o cinema tem me ajudado bastante nestes dias de convalescença.

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