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Uma geléia geral a partir do cinema

Trauma atrasado

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Fiquei aqui postando, postando, como se não tivesse mais nada para fazer na vida e aí me dou conta de que ainda não falei uma coisa. Não sei de que planeta eu venho, realmente, mas só agora descobri que o Irvin Kershner esteve no Festival de Manaus e a gente ficou perdendo tempo falando do Matt Dillon e do Bill Pullman. Irvin Kershner! Sua fama está muito ligada a O Império Contra-Ataca (mas aí o filme é de George Lucas) e Nunca Mais Outra Vez, um raro 007 produzido fora da série oficial, com Sean Connery (e aí é a máquina do cinemão). Ocorre que Kershner, entre o fim dos anos 50 e durante toda a década de 60, fez os maiores filmes subestimados da história de Hollywood. Filmes que, inclusive, marcaram seu começo independente e o levaram a Sublime Loucura, com Sean Connery; O Magnífico Farsante, com George C. Scott; e O Amor É Tudo, sua obra-prima, com George Segal e Eva Marie Saint. Estes três são tudo! Pois esse cara esteve aqui. Uma conversa com ele mapearia a história das transformações de Hollywood. Um só cara englobando tudo. E, gente, Sublime Loucura é maravilhoso. Quem era louco pelo personagem do Connery, um poeta inconformista chamado Samson Shilittoe, era Maurício Gomes Leite, crítico e diretor de Vida Provisória, um grande filme também subestimado da história do cinema brasileiro. Irvin Kershner no Brasil! E eu perdi! Desta, não me recupero tão cedo.

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