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Uma geléia geral a partir do cinema

Tem bicho-grilo na área

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Maria do Rosário Caetano envia e-mail comentando os números recentes do cinema brasileiro - Muito Gelo e Dois Dedos d'Água fez 198 mil espectadores, Do Luto à Luta apenas 758 (758!) e Wood&Stock foi o que se saiu melhor dos três, porque, com 15 cópias, fez 13.985 espectadores, o que dá uma média (muito boa) de 843 pagantes por cópia, nos primeiros dias. Cabe destacar o que me disse o Jotabê Medeiros, o repórter 'hitchcockiano' do Caderno 2. Jota me lembra o que o Truffaut dizia do Hitchcock - que ele filmava as cenas de sexo como se fossem crimes e os crimes como se fossem cenas eróticas e por isso era grande. Acho que o Jota, sem a obsessão de achar falcatrua no meio cultural que caracteriza tantos jornalistas fajutos, que não têm a credibilidade dele, se aproxima de qualquer assunto como o faria um repórter policial, investigando. Ou seja, sem babar, aquelas coisas laudatórias de tiete que todo jornalista de cultura tem por algum diretor (ou cantor, compositor, escritor), mesmo quando finge que não. Pois bem, o Jota foi ver Wood&Stock, gostou, claro, e me disse que a platéia era muito especial - só meia-oito, bicho-grilo que veio a pé de Woodstock, que não reza pela cartilha do neoliberalismo econômico do mundo globalizado e tem humor para perceber o que o desenho do Otto Guerra tem de crítico e autocrítico. Existe esperança! Para o mundo e o cinema brasileiro. Tem gente que acha que não vivemos num mundo perfeito e é contra a dominação de Hollywood. Otto, como Angeli, foi na mosca. Não fiquei entusiasmado com Wood&Stock. Achei o filme meio longo e impliquei com uma coisa que nem é culpa do Otto, mas o prêmio que o júri do Recife deu a Rita Lee, como melhor atriz coadjuvante, por haver dublado a Rê Bordosa, é coisa de louco. Pois bem - estou gostando mais do filme do Otto. Veja e aumente a estatística.

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