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Uma geléia geral a partir do cinema

Run, rabbit

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

BERLIM - Não tem nada a ver, e no entanto tem tudo. Me lembrei muito de um filme de Malle nos anos 1960 - um dos que ele próprio mais gostava, mas do qual as pessoas não se lembram muito, 'O Ladrão Aventureiro', com Jean-Paul Belmondo -, assistindo ao concorrente alemão, 'Der Rauber (The Robber), de Benjamin Heisenberg. Como muitos filmes desta competição, começa numa cadeia - a prisão tem sido aqui uma metáfora recorrente do mundo. Johann é o nome do personagem. Ele corre no páteo e, depois, numa esteira, na cela. Interessante - o cara corre sem sair do lugar. Solto, continua correndo. Participa de uma maratona e vira herói da mídia (na Áustria, onde a história se passa). Paralelamente, Johann retoma a atividade criminosa. Rouba bancos. Ele se envolve num assassinato, é caçado pela polícia. Corre mais ainda. Run, rabbit. O filme não é exatamente conclusivo sobre nada (como o romeno), mas é muito interessante como expressão de um certo mal-estar contemporâneo. E o ator, Andreas Lust, é mais um (bom) a correr pelo prêmio de interpretação.

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