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Uma geléia geral a partir do cinema

Roteiros

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Carla Esmeralda, parceira de Carla Camurati no Festival de Cinema Infantil, era quem trazia a oficina de roteiros do Sundance para o Brasil. Lembro que me encontrei com ela em Congonhas, num desses dias terríveis em que os vôos atrasam horas - ia escrever atrasavam, mas ontem, na volta de Porto Alegre, Congonhas fechou e a gente ficou voando, voando, antes que o pousdo fosse transferido para Guarulhos - e, bem, a Carla me contou que chegou a ser chamada de agente da CIA. Seria uma agente do imperialismo hollywoodiano por tentar disseminar aqui um estilo americano de filmar (que não era o de Syd Field, vejam bem). Não acompanho a oficina de roteiro do Sesc Rio e, portanto, não sou a melhor pessoa para discutir a sua eficiência. Mas eu acho que, cada vez mais, a discussão de roteiros se impõe como uma ferramenta de trabalho no Brasil. A produtora dos irmãos Gullane tem por prática realizar brainstorms para avaliar os roteiros que pretende filmar e a Lina Chamie acha que o roteiro de A via Láctea foi muito enriquecido pelo aporte dos profissionais com quem conviveu numa dessas oficinas de roteiro (acho que na Espanha). Discutir roteiros é legal. Querer formatá-los segundo um modelo hollywoodiano seria uma m... Vou chutar o pau da barraca. Diretores/autores fazem questão de escrever os próprios roteiros, em qualquer lugar do mundo - Alain Resnais é a exceção; não escreve uma linha -, mas eu tenho a impressão de que esse assunto é muito mais complicado que a gente pensa. Tem uns dois ou três roteiros do Almodóvar que eu julgaria infilmáveis, tal é o imbroglio que ele arma. São roteiros que o outro Almodóvar, o diretor, filma genialmente. Ou seja - não existem, ou não devem existir, fórmulas. Este post não é nada conclusivo, mas resolvi escrevê-lo para permitir que vocês opinem sobre o assunto. Mas, vejam lá, vamos manter o nível!

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