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Uma geléia geral a partir do cinema

'Romance'

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

RIO - Olá. Cá estou eu de volta, dando notícias minhas e do Festival do Rio. Ontem, esperava poder voltar a postar alguma coisa, mas não deu. Depois de redigir as entrevistas que estão na edição de hoje do 'Caderno 2' - Viggo Mortensen, o diretor Vicente Amorim e Arturo Ripstein -, fui ver filmes, incluindo o 'Romance', de Guel Arraes, pelo qual tinha muita expectativa. O próprio Guel subiu ao palco do Cine Art Palácio para dizer que o filme marca uma mudança para ele. É uma mudança em termos. 'Romance' é muito amplo, querendo falar sobre arte e ida e sobre as relações entre teatro, televisão e cinema. Wagner Moura e Letícia Sabatella formam este casal de atores que representa 'Tristão e Isolda' no palco. Eles discutem o amor-paixão e vivem uma relação intensa, que acaba quando ela é cooptada para fazer novela e vira uma estrela de televisão. Anos mais tarde, Letícia consegue fazer com que Wagner dirija uma adaptação de 'Tristão e Isolda' para o Nordeste. De novo arte e vida se misturam e o filme discute a transcodificação de mídias. Achei, a partir do promo que o próprio Guel me mostrara, que o filme era sombrio como a história famosa costuma ser representada. Guel e seu co-roteirista, Jorge Furtado, fizeram 'Romance' mais para 'Lisbela e o Prisioneiro' do que para 'Os Primos', de Claude Chabrol (que também adaptava 'Tristão e Isolda'). O resultado é bacana, mas ainda estou surpreso. O diretor havia dito que ficaria preocupado se o público risse muito, como se o objetivo não fosse este. Eu próprio ri bastante. Não terei entendido? Uma coisa é certa - o elenco de Guel é o melhor da Première Brasil. Wagner, Letícia, Vladimir Brichta, Andréa Beltrão - que também é a alma de 'Verônica' - e Marco Nanini arrebentam. Todos são para lá de consagrados, mas os novos talentos que me desculpem. Eu daria para esta turma um prêmio conjunto de interpretação. Guel afinou, na 'Comédia da Vida Privada', um timing e um controle muito grande do estilo farsesco de representação. Wagner e Letícia - ela está linda demais e em alguns momentos me lembrou Rachel Weisz, outro mulherão - são a própria intensidade, mas Andréa e Vladimir, ele na pele de um cafajeste, ela criando uma personagem inspirada na produtora Paula Lavigne, ex de Caetano - pelo menos assim me pareceu, pelo pouco que conheço de entrevistar a Paula -, estão demais. Só para constar. Cada noite da Première Brasil foi uma festa para os paparazzi. A sessão de 'Romance', ontem à noite, foi o ápice, porque além do quarteto e do diretor, a platéia incluía o próprio Caetano, que foi prestigiar a ex, e Marieta Severo, que também foi prestigiar a parceira (Andréa) de teatro e TV, a peça 'As Centenárias' e 'A Grande Família', além de 'A Dona da História', que fizeram no palco. Falei rapidinho com Marieta e ela gostou bastante de 'Romance'. Caetano estava lá no meio, com um batalhão de fotógrafos clicando na cara dele. Caetano meteu os pés pelas mãos e Jotabê medeiros teve de lhe aplicar um corretivo, na recente polêmica entre os dois (mais nos respectivos blogs do que no jornal). Mas Caetano é uma referência cultural, não adianta. O diretor do curta 'Maridos, Mulheres e Pisantes', que foi o complemento de 'Romance', subiu ao palco para apresentar a equipe e agradecer os patrocinadores. Angelo Defanti falou horas - ainda bem que o filme era divertido -, mas no limite ele encerrou dizendo que estava feliz da vida porque Caetano ia assistir ao filme dele. Só aquilo já era um presente para Angelo. Não adianta, o mano de Bethânia é f...

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