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Uma geléia geral a partir do cinema

Por que?

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

CANNES - Marcos Sampaio e Souza reagiram indignados à vaia contra Wim Wenders, porque ele faz parte da história do cinema. Faz parte da minha vida. Aprendi uma enormidade, sobre a vida e o cinema, com 'Paris, Texas', que foi uma bela Palma de Ouro (em 1984). Acho linda a forma como Wenders faz do atormentado Travis um Ulisses moderno (e trágico). Seu encontro com 'Telêmaco' é uma daquelas cenas que o espectador carrega (eu carrego...) para sempre. Mas sinto dizer que não consigo me encantar com 'Asas do Desejo' e até acho que foi lá que Wenders perdeu seu rumo (por mais bonitas que sejam algumas cenas). Gosto de 'Estrela Solitária', mas, de resto, o cara virou o maior xarope. 'Palermo Shooting' é alguma coisa próxima ao desastre completo, apesar da beleza da fotografia e da trilha (o bom-gosto musical de Wenders continua impecável). E a vaia contra ele não visa desmontá-lo da história do cinema, posto que ele já conquistou - não adiantaria. Creio que é muito mais um protesto contra a seleção. Por que esses caras, esses 'nomões', fazem m... e entram? Por que para a gente - e para outras cinematografias `emergentes` - é tão difícil pisar no tapete vermelho? Por que, hein?

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